É a atitude de não enxergar a própria ignorância e falta de compreensão, preferindo vê-las nos outros. Isso ocorre porque julgamos “ver” com toda a clareza nosso caso, reforçando de maneira equivocada nossa ignorância.

A cegueira só pode ser debelada quando cultivarmos a objetividade nos relacionamentos, requisito básico para a falta de egoísmo e a capacidade de amar. Cultivar essa objetividade faz parte do processo de autoconhecimento, que existe sempre, mesmo quando não elegemos realizar uma jornada para dentro de nosso ser.

No entanto, quando estamos em um caminho que ativa a percepção da realidade interior temos condição de despertar e superar a ignorância com relação a nós mesmos de modo mais rápido e consistente, do que quando permanecemos totalmente cegos ao processo que se desenrola em nosso íntimo. Algum nível de cegueira sempre existe na experiência humana, mesmo para aqueles que decidiram trilhar o caminho do autoconhecimento, e quando as crises ocorrem, elas advertem para a necessidade e importância de continuar a autoexploração do eu.

É possível também persistir em nossa jornada, deixando, porém, certas áreas de nosso ser sob reserva, sem querer examiná-las por medo e resistência, o que cria inevitavelmente desequilíbrio e discrepância internos, porque negamos o processo sagrado do movimento interior para a realidade divina.