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É resultado de conflito.
A dor se origina quando duas correntes opostas existem dentro da personalidade. Não é a perturbação motivada pelo confronto de uma corrente-não com as forças criativas que cria a dor, mas a introdução de uma direção oposta a elas que provoca desequilíbrio e um tipo especial de tensão. Não há dor que, de alguma forma, não seja resultado de negação da verdade ou do amor. Ou que, em última análise, não seja provocada pela violação de alguma lei espiritual, uma desonestidade essencial, e às vezes má vontade.
A dor pode se manifestar no plano físico, mental, emocional ou espiritual. Existem diferentes tipos de dores e distingui-las é essencial. O tipo mais familiar é a dor provocada quando alguém nos fere. Existe também a dor da confusão e da frustração, a dor de vagamente nos sentirmos cocriadores de um estado de dor sem saber seus motivos, a dor da resistência em estar na verdade, a dor da culpa que não é reparada, nem temos a menor intenção de reparar.
Qualquer pessoa que trilha o caminho do autoconhecimento acaba percebendo que a dor não combatida, não evitada ou temida, passa a perder a intensidade até deixar totalmente de ser dor. Da mesma maneira, os antigos prazeres imaturos deixam de ser atraentes e já não proporcionam satisfação. Agora, surgem prazeres mais profundos, que não são o oposto de coisa alguma. Eles existem em si mesmos e por si mesmos numa realidade sem opostos, infinita e inexorável.
No plano terreno, a expansão e a contração criam experiências opostas: prazer e dor. Somente quando se transcende o nível de dualidade é que ambas se tornam experiências bem-aventuradas de tipos diversos para o indivíduo. Mas isso só pode ocorrer quando ele tiver dominado a experiência negativa. Isto é, ele sofre, mas em vez de prolongar indevidamente o período de sofrimento, chafurdando num sentimento que não tem sentido, sem perceber o que se pode aprender com ele, em pouco tempo chega ao ponto em que o episódio doloroso lhe proporciona um importante novo reconhecimento sobre sua alma, libertando-o de algumas cadeias da ignorância e da escuridão. No momento em que ocorre esse reconhecimento, a dor cessa, mesmo que a situação exterior que a provocou continue a existir.
Quando despertamos o centro vital, verificamos que a dor difere da dor. A dor que é rejeitada é mais amarga, inquietante e sem esperança. A dor que é aceita é sentida de modo bem diferente. Está muito perto da abertura, da experiência prazerosa. A negatividade aceita na vida acaba tornando a negatividade supérflua. A experiência negativa rejeitada nos prende enquanto continuamos lutando com ela.
Vários aspectos da dor são tratados nas palestras: dor e prazer (039q, 059q, 130, 160, 187); dor e princípio do prazer (140); dor como resultado de conflito (140); dores regenerativas e degenerativas (048); medo e aceitação da dor (167); medo, vulnerabilidade e dor (252); dor e prazer são idênticos? (058q); dor da culpa e dos padrões destrutivos (100 e 201); dor da injustiça (249); dor das necessidades não preenchidas (100); origem da dor na relação com os pais (100); dor e pseudossoluções de submissão e retirada (100); valor espiritual da dor (063); relação da dor com as emoções (191, 205, 253).
Palestras: 039q, 048, 058q, 059q, 063, 100, 130, 140, 160, 167, 187, 191, 201, 205, 221, 249, 252, 253