É uma condição do processo de criação dos homens e de seus valores inatos, o que não se confunde com uniformidade, já que a igualdade comporta a diferenciação dos homens na sua expressão, no seu desenvolvimento, nas aspirações e escolhas que fazem na vida. Sem nenhuma contradição, como advogaria uma perspectiva dualista, os homens são iguais e simultaneamente desiguais.

Em sua expressão divina, a alma humana sabe no fundo que, por mais distorcido e negativo que seja outro ser humano, ainda assim ele é uma manifestação divina e, como tal, verdadeiramente igual a si próprio nesse nível mais profundo. Quando este ser é percebido, a sanidade e o amor possibilitam também perceber e determinar as diferenças de expressões.

No nível exterior de expressão, evidentemente não existe igualdade. Aquele que cumpre, com responsabilidade, sua tarefa no universo e vive de acordo com essas leis não é igual, na maneira de se expressar, ao que faz mau uso das leis por egoísmo, distorcendo-as de acordo com suas finalidades pessoais – individualmente ou na vida política – e não se importa se seus atos e atitudes afetam negativamente os outros.

A desigualdade somente pode ser conhecida de maneira verdadeira e criativa, quando a pessoa também conhece a igualdade subjacente de toda a vida divina. Dentro dessa perspectiva homens e mulheres são simultaneamente iguais e desiguais.

A nova mulher não é escrava do homem, nem compete com ele. Portanto, ela pode amar, e seu amor nunca vai diminuir sua autoexpressão criativa, vai apenas intensificá-la, assim como sua contribuição criativa à vida só pode intensificar sua capacidade de amar.

O homem da nova era não precisará de uma parceira mais fraca para não sentir sua própria fragilidade. Ele admitirá sua própria fraqueza, a enfrentará e com isso ganhará força real. Ele perceberá que sua fraqueza é sempre culpa, e a autorrejeição é sempre uma negação da integridade do seu Eu Superior, de uma forma ou de outra.

Assim, a satisfação da convivência entre ambos dependerá da compreensão do que é a verdadeira igualdade.