É um instinto que engloba não só a continuação física da raça humana, mas todas as formas de criatividade, aplicando-se a todos os níveis do ser. Na forma saudável, ele incita a comunicação. Está pronto para o que acontecer, pronto para desfrutar, pronto para dar e receber e sentir prazer e felicidade.

Em outras palavras, o anseio do homem pelo prazer supremo está associado ao instinto de reprodução. Quando ele é encaminhado para o canal errado, aparecem as seguintes tendências (também de acordo com a estrutura da personalidade): consumismo, impulso de tomar e receber (da maneira primitiva, e não da maneira saudável, que é flexível e receptiva); cobiça, desejo insaciável e, por fim, nos piores casos, vício.

O desejo insaciável de receber prazer, embora às vezes totalmente inconsciente, pode ser tão forte que cause muitas repercussões na psique. Quanto mais inconsciente é esse desejo insaciável, maior o estrago dentro da alma. Por exemplo, é bem possível que uma pessoa não sinta qualquer anseio de prazer, satisfação, felicidade. De fato, ela pode estar plenamente conformada com uma vida que acredita ser de sereno desprendimento, enquanto por baixo o desejo insaciável e a insatisfação fazem muitos danos.

Essa renúncia imposta de fora ao anseio do prazer supremo pode ser útil, quando a psique acredita que estará em perigo, se der vazão a esse desejo. Nesse caso, o instinto deformado da autopreservação é mais forte. No entanto, a deformação da autopreservação não impede que o instinto da reprodução deformado seja refreado e não cause um dano igual. Sua distorção implica a criação de uma pseudossolução de submissão, conformismo, apaziguamento e busca do amor que, segundo se supõe, deve resolver todos os problemas.

A distorção do instinto de reprodução implica a distorção do instinto de autopreservação, encontrando-se ambas as pseudossoluções nos seres humanos. Devido a essa batalha interior entre metas e “soluções” mutuamente excludentes, a psique busca “soluções” de meio termo que podem assumir muitas formas. O impulso do prazer, por exemplo, pode ser liberado apenas em determinados níveis do ser.