É a manifestação da falta de amor por si mesmo, que impede que a psique viva em seu estado natural.

O medo da felicidade induz a uma separação das forças universais e forma uma tela ou camada que impede a pessoa de se tornar parte das forças cósmicas, o que significa realização e contentamento.

Não importa se a falta de amor por si mesmo se baseia em motivos realistas ou irrealistas. Ambos se equivalem como obstáculo.

Essa falta de amor por si só pode nos levar à recusa de buscar respostas próprias às nossas questões e a adotar padrões externamente reconhecidos por falta de coragem e oportunismo. Quando isso acontece, a pessoa trai uma verdade que tem medo de nomear para obter a aprovação ou até a admiração dos outros e, se essas condições prevalecem na psique, é impossível libertar o Eu Real.

A humanidade é ambivalente, em primeiro lugar, com relação à maneira básica de viver a vida. Todas as outras ambivalências têm aí sua origem – o desejo e o medo do contentamento, da felicidade, da alegria, do prazer supremo. No caso de alguns seres humanos, o medo é muito maior que o desejo. Eles se agarram tenazmente ao estado de consciência, que é o responsável por suas queixas contra a vida e essa é sua principal dificuldade.

Quem consegue equilibrar de alguma forma medo e desejo experimenta áreas de alegria e realização e áreas em que prevalece o oposto. Olhar para elas, e perceber como se foge do risco e do prazer de viver, pode ser revolucionário, pois o conhecimento e a experiência da nossa própria rejeição à felicidade é o início da eliminação desse bloqueio.

Qualquer coisa que seja contrária às leis do amor e da verdade deixa o organismo despreparado para aguentar a poderosa energia da felicidade. Ela exige mais força do que a infelicidade. Essa força pode ser conseguida por todos os que encaram a verdade e se desvencilham das ilusões sobre o eu e a vida.