Recomende:
|
Veja: Autopiedade, Vitimização
É uma dor amarga e intolerável que provém de um estado mental e emocional de não aceitação e, consequentemente, de luta interior para não sentir, o que gera grande turbulência interna e, simultaneamente, o desejo de estagnação.
Nesse desejo está presente o medo, o recolhimento do homem a um mundo que ele criou por não conseguir enxergar a realidade, por não querer nada arriscar. Outras correntes emocionais podem estar presentes, mas uma das mais importantes é a autopiedade, que frequentemente intensifica o sentimento de desgosto, pois a pessoa se “banha no infortúnio”. Há um secreto prazer nisso e um convencimento de que precisa aguentar, porque é seu destino. Nesse caso o sentimento de vitimização se associa ao de fatalidade.
Aceitar um fardo pesado jamais prejudica a alma. A pessoa não fica nem deve ficar alegre; isso seria impossível, mas deve aceitar sem revolta ou amargura. A tristeza que daí resulta de alguma maneira liberta a alma.
Quando o homem afunda na autopiedade, de maneira semiconsciente ele se lembra de como reagiu quando tinha sobre os ombros um fardo real. E agora, o que ele quer é reproduzir aquele sentimento. Mas é uma produção artificial, pois com um pouco de esforço ele poderia modificar a situação.
Logo, um mesmo sentimento pode ser profundamente libertador (quando se passa por uma provação) ou doentio e superficial, quando a pessoa se entrega, desanimada, à autopiedade. É preciso ver a diferença.
Palestras: 004, 095q, 106, 191