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Veja: Destrutividade, Medo da autorresponsabilidade
É a rejeição total da responsabilidade por si mesmo. Implica o desejo oculto de obrigar os outros – pessoas, Deus, a vida – a fazer as mudanças necessárias no lugar do eu.
Essa emoção, bastante destrutiva, revela que a pessoa não quer mudar, e se apresenta ao seu ambiente e aos outros como vítima das circunstâncias, apreciadas como fora do seu controle. Ela sente pena de si mesma porque não aceita a verdade de que é senhora da sua vida. Essa verdade, a única que nos torna livres e independentes, incomoda e é rejeitada.
O medo da decepção, que vem da atitude de trancar a porta para o outro e recuar da vida, é sinal de autopiedade, e a autopiedade, por sua vez, é sinal de concentração no eu no sentido errado. Em toda essa agitação interior, a meta é o ego. Isso dispersa a corrente de amor real ou a afasta para direções opostas.
A autopiedade nunca é justificada. Ela é um equívoco básico da relação da pessoa com a vida.
Quando o homem afunda na autopiedade, de maneira semiconsciente, ele se lembra de como reagiu quando tinha sobre os ombros um fardo real. E agora, o que ele quer é reproduzir aquele sentimento. Mas é uma produção artificial, pois com um pouco de esforço ele poderia modificar a situação. Logo, um mesmo sentimento pode ser profundamente libertador (quando se passa por uma provação) ou doentio e superficial, quando nos entregamos, desanimados, à autopiedade.
Eva Pierrakos. Caminho para o Eu Real. São Paulo: Publicação Interna Pathwork São Paulo, 2012, Capítulo 16.
Palestras: 004, 053q, 106