É o desejo legítimo da união, da vida eterna. Foi descrito de várias formas na literatura mística e espiritual, e recebeu diversos nomes, como nirvana, satori, consciência cósmica.

Nesse estado não existe medo. O que predomina é o sentimento de estar à vontade na vida, um realismo com relação a todas as coisas, sensação de pertencer ao mundo, alegria genuína combinada com a paz que ultrapassa todo entendimento, animação e fascinação com a vida e suas inúmeras possibilidades de experiências significativas. Parte dessa segurança e paz vem do profundo conhecimento e percepção do sentido da vida e da experiência.

Quando esse anseio não é satisfeito, em uma parte da personalidade total continua a separação entre o ser criado e o Cristo. Essa separação não existe apenas entre a pessoa (na medida em que ela permanece na escuridão) e o Cristo, mas também dentro da personalidade. A personalidade está dividida. Uma parte está na luz do conhecimento e nesse caso o anseio é satisfeito. A outra parte continua na escuridão, portanto, sente medo, dúvida, sofre; para essa parte, o anseio está insatisfeito. Quando essa segunda parte nem mesmo é consciente, cria experiências dolorosas na mesma proporção.

Existe, pois, uma ligação direta entre o lado escuro do medo, da dúvida, do terror, e o anseio. Na medida em que esses medos, dúvidas e terrores são inconscientes, o anseio é inconsciente. Na medida em que são conscientes, o anseio é consciente. O trabalho de conscientização do anseio passa, portanto, igualmente pela conscientização do medo existencial.