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Veja: Anseio de unidade, Dor da injustiça
É um estado em que o homem teme que talvez o mundo seja um lugar arbitrário, caótico, sem sentido, sem quê nem por quê; que não exista Deus, vida eterna, alma eterna, ou qualquer sentido nas experiências que o homem tem.
Há uma diferença muito grande entre, de um lado, ter consciência clara desse medo e dessa dúvida, e por algum tempo conviver com eles e lidar com eles vezes seguidas; e, de outro lado, deixar que essas dúvidas e medos permaneçam encobertos e consequentemente se manifestem de maneira indireta.
Conhecer, sentir, vivenciar e sofrer essas dúvidas e medos é indispensável. Nosso anseio pela vida eterna precisa ser completamente consciente. Via de regra, absolutamente não é o que acontece. Normalmente esse anseio é suprimido e reprimido. Ele, então, se transforma em anseios secundários, como o anseio por saúde, felicidade, abundância e o maior afastamento possível da morte física.
É evidente que esses anseios são legítimos. No entanto, existe uma enorme diferença entre encarar esses anseios como originais e encará-los como subprodutos naturais de um estado realmente primitivo da alma que poderia existir, foi feito para existir, e pelo qual a personalidade anseia, a princípio inconscientemente e depois conscientemente.
Quando esse anseio não é satisfeito, em uma parte da personalidade total continua a separação entre o ser criado e o Cristo. Essa separação não existe apenas entre a pessoa (na medida em que ela permanece na escuridão) e o Cristo, mas também dentro da personalidade. A personalidade está dividida. Uma parte está na luz do conhecimento – e nesse caso o anseio é satisfeito. A outra parte continua na escuridão, e, portanto, sente medo, dúvida, sofre; para essa parte, o anseio está insatisfeito.
Palestra: 243