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Veja: Compulsão de recriar, Consciência infantil, Criança, Imagem dos pais
É o produto do sofrimento que a criança vive e registra por não ter recebido o amor maduro dos pais.
Como as crianças não têm meios de transformar suas necessidades em pensamento, não podem comparar o que têm com o que os outros têm. Acreditam que esta é a maneira como deveria ser, ou, em casos extremos, sentem-se especialmente isoladas, crendo que o que têm é diferente daquilo que os outros têm. Ambas as atitudes desviam-se da verdade. Em ambos os casos a verdadeira emoção não é consciente e, consequentemente, não pode ser apropriadamente avaliada e, assim, chegar num acordo com ela.
As crianças crescem sem compreender porque estão infelizes, nem mesmo que estão infelizes. Não importa quanto as crianças já crescidas possam amar os seus pais, existem ressentimentos inconscientes (a ferida), que evitam que elas os perdoem. Só é possível perdoar e deixar fluir se reconhecermos a profunda mágoa e ressentimento escondidos.
Cria-se um dilaceramento no adulto que procura empurrar cada vez mais para o inconsciente esses sentimentos, ao mesmo tempo em que busca compulsivamente um parceiro que, novamente, vai colaborar para que ele recrie a ferida da infância.
Como a criança em nós não libera o passado, não consegue entrar em diálogo com ele, não consegue perdoar, compreender e aceitar, assim esta mesma criança sempre cria condições semelhantes, tentando vencer, no final, a fim de resolver a situação ao invés de sucumbir a ela. Sucumbir significa ser esmagado e isto deve ser evitado a todo custo.
Esta compulsão de recriação apenas vai se extinguir quando re-experimentarmos a dor aguda que uma vez sentimos e que afastamos para longe das nossas vistas. Agora, devemos olhar para esta dor conscientes da compreensão que ganhamos. Apenas ao fazer isto é que vamos absorver o valor real dos nossos problemas atuais e, os veremos à verdadeira luz.
Vários aspectos da ferida infantil são tratados nas palestras: desejo de ferir e/ou ferir-se (156q); ferida infantil e criação de mecanismos de defesa (110q); conflito entre o desejo de amar e de dominar (078q); compulsão para recriar as feridas da infância (073).
Palestras: 073, 078q, 110q, 156q