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É a qualidade de espontâneo, natural, sem constrangimento.
Qualquer pessoa que restrinja os movimentos naturais da alma age assim porque tem medo deles, tem medo de não saber para onde eles a carregariam, o que poderiam levá-la a fazer. Qualquer pessoa que tenha consciência desse medo já deu um passo substancial no sentido de sua libertação, pois se o medo do eu não for conscientizado, não poderá ser superado.
O medo de se soltar significa que o Eu Real não pode se manifestar. Ele só pode aparecer como expressão espontânea. Tal espontaneidade existe, por exemplo, quando o conhecimento se manifesta intuitivamente em nosso íntimo e não por meio de um processo de aprendizado originado no exterior.
Abrir mão das defesas parece uma aniquilação, porque algo, que não é o ego vigilante, passa a cooperar no processo da vida. Sem essa cooperação, a vida fica empobrecida. Mas a aceitação dessa cooperação depende de encarar aquilo que é temido. Assim, num círculo vicioso, as forças do amor despertam medo, porque implicam abrir mão das defesas vigilantes, fruto da premeditação, que barram totalmente a espontaneidade. Desse modo, a frustração e o vazio fazem aumentar a raiva e a irritação. Cresce o medo do eu, e assim por diante.
Esse é o processo que prende as pessoas que são incapazes de dar o passo decisivo de superar as resistências para encarar aquilo, em seu íntimo, que desperta medo. Quem consegue dar esse passo é verdadeiramente abençoado, pois somente então a vida começa a se abrir. É necessário soltar-se e deixar aflorar o que está lá, seja o sentimento que for.
Palestra: 155