É um estado percebido pelo Eu Superior.

Se a consciência estiver desligada do Eu Superior aparece o medo da morte, o que implica falta de fé na continuidade da vida. Aceitar verdades espirituais, princípios espirituais de imortalidade para negar o sentimento de que o medo da morte pode continuar a existir é uma manifestação neurótica.

A personalidade tem medo de atravessar o túnel de seu medo. Somente quando esse túnel é encarado com coragem, como é preciso fazer com todos os sentimentos temidos, e atravessado, a vida eterna passa a ser uma realidade experimentada, quer estejamos no corpo ou fora dele. O anseio do homem pela vida eterna pode se manifestar tanto no fanatismo religioso, quanto no anseio de se imortalizar através da arte, da ciência ou de qualquer outra expressão. São variações que brotam, no entanto, da mesma raiz: o medo da morte.

A incerteza da imortalidade existe na medida em que temos de resolver internamente problemas e confusões. Nesse sentido, esta incerteza age em favor da nossa própria proteção. Certos da imortalidade, mas ainda com um trabalho de autotransformação a ser realizado, poderíamos cair na preguiça, optar por um desenvolvimento mais lento, ou contentarmo-nos com uma consciência ligeiramente elevada sem o incentivo de nos encararmos plenamente, libertando-nos para abreviar a entrada no estado da unidade. Todo o Plano de Salvação seria ralentado sem benefícios.

Por outro lado, se o sentido interior e convicção da imortalidade surge como resultado do trabalho duro de desenvolvimento, o homem não vai reduzir a sua vontade de viver na Terra. Pelo contrário, ele vai acolher sua vida neste planeta ainda mais do que antes, quando estava incerto da vida na terra, vai valorizar o fruto do seu trabalho de libertação do erro e apreciar a beleza da vida terrena, não porque essa é a única forma de vida, mas porque ele sabe que há mais.

A falta desse estado elevado de consciência pode tornar a vida na terra difícil, porque os homens ainda vivem na ilusão do mal e do pecado, no erro e equívoco. Se a autodestrutividade não for um sentimento mais forte do que o normal, os homens seguram a vida - e isso é bom e importante.

Alguém descrente da imortalidade não irá necessariamente cometer suicídio, mas também não irá despertar a capacidade de ver a beleza da sua luta para manter a sua alegria viva na vida terrena.