É fazer suas próprias escolhas assumindo a responsabilidade pelas consequências.

Quanto maior a liberdade, maior a responsabilidade. Se não desejarmos responsabilidade na medida da nossa capacidade perdemos o direito à liberdade, o que se aplica à escolha profissional, à escolha de governo, a praticamente tudo. Mas o aspecto em que a humanidade tem negligenciado esta verdade básica, até agora, tem sido na alma humana e na atitude do homem para com a vida, isto é, a liberdade de ser o que se é e permitir ao outro que seja o que é, o que não inclui evidentemente licença para atuar a partir de impulsos destrutivos.

Há uma tendência a distorcer a concepção de liberdade, não só porque a criança dentro do homem deseja que tudo seja do seu jeito e na hora em que ela quer, mas também porque o homem deseja, acima dele, uma autoridade benevolente que conduza sua vida de modo a “autorizar-lhe” a total liberdade sem responsabilidade.

Este mesmo homem é aquele que assume o crédito quando suas decisões forem acertadas e culpa as autoridades pelos seus erros, equívocos e decisões inadequadas, ou inconvenientes.

De toda forma, o homem se recusa a ver a ligação entre um acontecimento e suas próprias ações e atitudes, encobrindo tão bem as relações de causa e efeito que, depois de um certo tempo, é preciso realmente um grande esforço para trazê-las à tona. Enfrentar esse aspecto de fuga da responsabilidade liberta o homem do seu medo da vida, assim como direciona suas forças, até então desperdiçadas, para finalidades construtivas.

Vários aspectos da liberdade são tratados nas palestras: liberdade na educação (231 e 242); liberdade nos sistemas políticos (242); liberdade no amor (240); liberdade e autorresponsabilidade (060); liberdade e sua relação com a estrutura e sua aceitação (240); liberdade de ser o que se é (156q).