Utopia
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Veja: Abismo, Criança, Medo da autorresponsabilidade

É um desejo impossível de ser realizado porque não tem base na realidade.

O mundo de utopia na personalidade humana se exibe quando a criança dentro de nós deseja que tudo seja da forma que ela quer, do jeito que ela quer e na hora em que ela quer.

Mas vai além disso. Implica também ter total liberdade sem responsabilidade. Esse desejo se expressa nas nossas reações emocionais. É querer uma autoridade benevolente que conduza nossas vidas de todas as formas do jeito que desejamos. A liberdade sem total autorresponsabilidade não é possível. Na medida em que retiramos a responsabilidade de nós mesmos, nessa mesma medida restringimos a própria liberdade.

Abrir mão do mundo da utopia representa o abismo. A utopia envolve, entre outras coisas, a esperança de que a liberdade possa existir sem autorresponsabilidade. Abrir mão deste mundo de utopia parece-nos o maior perigo, em todos seus aspectos. Lutamos contra ele com toda a força. Nós nos afastamos do abismo e assim desperdiçamos uma energia valiosa para nada.

Resistimos em abrir mão do nosso mundo de utopia porque acreditamos que sem ele a infelicidade é completa. O mundo se torna desolado e sem esperança, sem a possibilidade de felicidade. O conceito que temos de felicidade, nessa parte da mente inconsciente, significa perfeição absoluta em todos os aspectos. Mas isto não é verdade.

Abrir mão da utopia não torna o mundo desolado. Não precisamos afligir-nos ao abrirmos mão de um desejo e mergulharmos no que frequentemente parece-nos amedrontador. A única forma de descobrir a ilusão deste medo, ou deste abismo e seu caráter fantasmagórico é, primeiramente, visualizar, sentir e vivenciar a existência dele dentro de nós, nas diversas manifestações e reações de nossas vidas diárias e, em seguida, mergulhar nele. Caso contrário, ele não poderá dissolver-se.

Palestra: 060

060: O ABISMO DA ILUSÃO; UTOPIA; LIBERDADE E AUTO-RESPONSABILIDADE

ABC

Sentença do Guia “Enquanto você simplesmente desejar a sua própria felicidade, portanto não for um elo na corrente, o ego é de fato o centro, mesmo que você não tenha consciência disso.” P.004