Realidade é verdade, bem além do que os olhos podem ver.

A percepção da realidade absoluta é ainda uma impossibilidade para o ser humano, mas pode ser sentida em pequena escala pela elevação da consciência e eliminação dos conflitos internos. Quanto mais estamos em realidade, mais profunda é nossa compreensão.

O ser humano apreende a realidade em três níveis: o que pensa que existe; o que de fato existe; o que poderia existir. Quanto mais ele se aproxima da orientação interior, mais desvela suas falsas crenças, mergulhando naquilo que de fato existe, o que é um enorme alívio em comparação ao que acredita existir.

A realidade é mutável e, quando o homem supõe que ela é estática, distancia-se cada vez mais daquilo que está sendo.

Perceber o que poderia existir, a verdade final do ser interior, do Eu Real, é o objetivo da própria vida, pois nesse caso o homem mostra o seu verdadeiro valor. Aproximar-se da orientação interior é uma escolha que leva o ser a eliminar as obstruções criadas. Esse é um processo infinito, sem parada, sem resultado final, sem meta, em constante renovação, oferecendo novos panoramas de possibilidades e modos venturosos de ser e se autoexpressar.

Essa escolha afasta o tédio e o cansaço resultantes das forças opostas em movimento, puxando de um lado e do outro. A direção para longe do centro é finita, porque quanto mais for nessa direção, mais aumentará o desespero, não só porque a escolha foi equivocada, mas porque há o temor do fim, temido do modo errado, pois se acredita que o fim existe para sempre.

Vários aspectos da realidade são tratados nas palestras: realidade interna e externa (162, 211, 156); apreensão da realidade em três níveis (162); realidade divina ou espiritual (010 e 128); realidade e sua relação com a aceitação e o amor (115q); com a ilusão (071 e 128); com a vida (115); má compreensão da realidade e seu amortecimento (139 e 111).