É um pavoroso medo do desaparecimento do eu.

Ele existe em qualquer estado criativo onde o ego não está muito fortemente ligado ao ser interior. É esse desaparecimento e união à corrente universal do ser que o homem teme. O desaparecimento e o abandono do pequeno eu também existe, é claro, em estados não saudáveis, por meio de doença, de drogas, etc.

O medo da perda de si mesmo também se aplica à união entre os sexos, sendo a principal barreira que um homem coloca à sua masculinidade e à mulher à sua feminilidade.

O homem teme perder a si mesmo, não apenas porque a disciplina necessária de assumir suas responsabilidades na vida parece ser uma desvantagem e sacrifício, e portanto uma perda do self. Mas também teme isto devido à necessidade de ter de se desapegar de si mesmo em um relacionamento completo. Parece a ele que terá de desistir de sua disciplina, o que ele considera perigoso. Ele fica confuso, pensando que tem de escolher entre disciplina e a habilidade de se desapegar de si mesmo. Em seu medo e concepção errônea ele usa ambos de forma errada, e assim acaba causando desequilíbrio interno.

A mulher também sente este medo, mas de um ângulo diferente. Ela teme o aparente desamparo de desistir de si mesma, de se entregar. Este, portanto, derrota sua feminilidade e no final ela se torna mais desamparada e dependente. Quanto mais ela exerce controle, e quanto mais falsa disciplina usa a fim de evitar a temida perda de si mesma, mais fraca e dependente se torna em outros níveis de sua personalidade. Torna-se emocionalmente dependente em sua necessidade excessiva de ser amada e aprovada, ou mentalmente dependente a fim de ser melhor que os outros, ou até mesmo fisicamente e materialmente dependente. Seus diversos recursos como ser humano sofrem na medida do grau em que ela derrota e desencoraja o funcionamento de sua feminilidade, oscilando entre disciplina e desapego de si mesma, exercitando ambos da forma errada e assim proibindo a sua autossatisfação.

Qualquer pessoa que permaneça isolada atrás de barreiras também pratica de forma equivocada estas atividades internas de disciplina e desapego, o que necessariamente impede a autossatisfação.