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Veja: Entrega, Equilíbrio de controle, Imagens
É a luta do homem para superar a dualidade entre vida e morte.
Dessa questão difícil e básica derivam todos os outros problemas, dificuldades, medos e tensões com as quais o homem se debate.
O único meio de superar efetivamente essa dificuldade é investigar o primeiro desconhecido que o homem tanto teme e que, em última análise, leva à superação da grande dualidade – sua própria psique.
Na medida em que está inconsciente do que se passa em seu íntimo, fatalmente existe o medo da passagem do tempo, o medo do “grande desconhecido”. O autoexame torna o desconhecido conhecido. E onde ele permanecer desconhecido, perderá a capacidade de nos assustar, porque agora admitimos para nós mesmos que não sabemos, e esta é uma enorme diferença. O autogoverno deixará, então, de ser uma "obrigação" e passará a ser um privilégio e uma liberdade.
O medo do desconhecido faz com que os humanos distorçam os conceitos verdadeiros, fixando os opostos, e assim diminuindo sua verdade. A verdade é sempre flexível. Esta própria flexibilidade parece uma ameaça para aqueles que querem a pseudo segurança fixa de uma parede de pedra sobre a qual possam se apoiar. Essa rigidez satisfaz o medo irracional e infundado que existe na alma humana.
Quando nos apoiamos na regra fixa, substituímos a responsabilidade pela regra. O controle rígido ao qual nos agarramos é um pseudocontrole que não leva a nada e apenas cria tensão, ansiedade e impede a paz e a confiança em si mesmo no processo da vida.
A única maneira de fazer a confiança crescer é entregar-se ao que parece ser “o desconhecido”, desistindo do controle tenso. Ao perceber que regras fixas não existem, nos assustamos porque temos que determinar sempre qual vai ser a nossa conduta e atitude. No entanto, sem regras fixas, a responsabilidade está em nossas mãos.
Existe uma ligação entre o medo do desconhecido e a antiga imagem de massas de que qualquer mudança deve ser temida e impedida. O medo do desconhecido, o medo do envelhecimento e o medo da morte surgem do mesmo núcleo que é o medo da passagem do tempo.
Palestras: 072q, 123, 130, 230