Medo dos sentimentos
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Veja: Integração, Purificação, Sentimentos

É o mais insidioso de todos os medos, pois se tememos um perigo real, podemos superá-lo.

Mesmo que nosso medo de um acontecimento exterior seja exagerado, isso não é tão prejudicial quanto uma fobia irrealista, expressão de sentimentos não reconhecidos, não vivenciados.

Podemos lidar no nível da ação exterior com qualquer coisa que esteja fora de nós mesmos. Mas só podemos lidar com os sentimentos, quando são vivenciados, e não quando são negados.

O medo dos sentimentos significa não apenas deixar de fora a ventura e a expressão da vida criativa que flui de nós mesmos, mas também estar dividido, em estado de desunião.

Quando o medo de vivenciar os sentimentos induz o homem a bloquear sua capacidade de sentir, esse empobrecimento gera a necessidade de uma substituição. Essa substituição é a mente. Para não sentir o amortecimento, o empobrecimento do ser interior, e para ter a noção de existir, a mente exterior é muito mais usada do que seria naturalmente.

A tendência observada na etapa em que a humanidade se encontra é a de que os homens vêm superando o impulso de ceder primitivamente a cada impulso do nível superficial dos sentimentos, em sua maior parte, negativo e destrutivo. Os homens vêm aprendendo, por meio de muitas experiências, aparências e formas de existência, a canalizar e controlar esse Eu destrutivo.

É preciso aprender a seguir na direção oposta àquela que persiste até o momento. Em vez de dominar, limitar, conter os sentimentos, é necessário que à luz da consciência se possa aceitar a sua existência, deixá-los estar e observá-los, encontrá-los sem medo.

A experiência plena do eu que sente é uma higiene espiritual e evita a estagnação da alma. É o metabolismo do nosso organismo total. Assim como o acúmulo de resíduos físicos que não são expelidos e eliminados gera a doença do corpo, também a matéria de sentimentos não assimilados, não vivenciados, gera a doença da alma.

Nosso compromisso pleno com tudo que possamos sentir, nossa observação de quais sentimentos (e acontecimentos que desencadeiam determinados sentimentos) tememos e nosso empenho em, finalmente, começar a tentar, a abordar, a vivenciar e encarar esses sentimentos é o processo saudável que vai unificar todo o nosso ser.

Palestras: 165, 166, 191

165: FASES EVOLUTIVAS DA RELAÇÃO ENTRE O DOMÍNIO DO SENTIMENTO, DA RAZÃO E DA VONTADE
166: PERCEPÇÃO, REAÇÃO, EXPRESSÃO
191: EXPERIÊNCIA INTERIOR E EXTERIOR

ABC

Sentença do Guia “A felicidade foi feita para todas as pessoas, mas é impossível atingi-la sem eliminar a causa da sua infelicidade, que são os seus defeitos, que é qualquer tendência que quebre uma lei espiritual.” P. 011