É o momento presente, onde estamos completamente seguros e no qual fazemos um compromisso com o movimento, mesmo que ele pareça acarretar desconforto e dificuldade, o que é ilusório. O que representa desconforto e dificuldade existe e se manifesta fatalmente, quer ou não a entidade decida caminhar em direção a seu destino interior. Seguir esse movimento é a única maneira real de entender a dificuldade e, portanto, eliminá-la.

Para alcançar a bem-aventurança do agora é preciso pagar um preço e este é a labuta da busca e da descoberta, do aprendizado, do crescimento, da mudança, da autopurificação, da travessia da dor e do mal, criados pelo próprio eu. Quando o homem não quer pagar esse preço, ele busca atalhos, como atividades sexuais, drogas, bebidas e até práticas meditativas, quando utilizadas como substituição à busca de si mesmo. Usar atalhos é uma violação na medida em que se quer o resultado sem pagar o preço, o que traz consequências dolorosas.

No momento presente o homem entra em contato com a força vital, que é Deus. Ele se sintoniza com ele mesmo. Como seres multidimensionais, sempre em transformação, o fato de estarmos no agora significa nunca sermos os mesmos. Apegar-se ao passado ou fugir para o futuro são estratégias de escape para vivenciar tudo que cada momento oferece. É preciso tomar consciência do esforço interior para afastar-se do agora, e assim agimos porque não descobrimos nem resolvemos com realismo os fatores que nos levam a buscar o futuro. Esse é um dos lados do conflito do homem em relação ao tempo.

Viver no agora, sem manipular o tempo, exige a aguda percepção da nossa realidade e a percepção do quanto estamos, ou não, identificados com ela. Quanto mais estivermos identificados com os outros, mais criamos sintomas. Lidar com eles é como seguir pistas que nos aprofundam em nós mesmos e ajudam em nossa reconexão interna.

Cada momento contém um poder e uma riqueza indescritível. É a atitude mental do homem que determina a direção que vai dar a esse poder. Mas o homem geralmente não o vislumbra, porque não usa sua vontade interior total e completa, nem a profunda sinceridade no desejo de ser verdadeiro com ele mesmo.