O medo dos devaneios é uma expressão da nossa autoalienação.

São medos conscientes, mas não reais. São medos deslocados.

São os medos que preferimos ter, em vez do medo básico que não desejamos enfrentar: o medo de sermos nós mesmos.

Como esses não são nossos medos reais, eles representam o mesmo mecanismo de escape dos devaneios ou fantasias. Experimentamos medos substitutos ou realizações substitutas.

Como não enfrentamos o problema de tornarmo-nos nós mesmos, não podemos ter a realização que todos internamente buscam. Criamos, então, realizações substitutas, que experimentamos parcialmente nas fantasias. É como se nossa psique dissesse: "Contanto que eu não tenha que encarar meu verdadeiro medo, não me importo de ter outros medos. Mas enquanto eu permanecer nessa atitude, não poderei me realizar, portanto preciso de uma realização substituta."