É o processo de sabotar a vontade interior, fortalecendo a crença de que, ao provocar a felicidade própria, outra pessoa é necessariamente prejudicada, ou seja, estabelece um conflito entre o autointeresse e o interesse dos outros, o que no plano da dualidade realmente ocorre.

No entanto, o egoísmo tem uma origem saudável no amor próprio que se apoia na crença de que cada um de nós é uma manifestação de Deus, sem obstruções, um indivíduo feliz, que cresce de acordo com os seus potenciais. Assim, a felicidade é impensável sem a realização do destino da pessoa.

O egoísmo existe na parte imatura de todo ser humano que acredita precisar “ficar infeliz para ser feliz”. Precisa se colocar sob melhor luz, ou em melhor posição do que seu semelhante - fruto de declarações equivocadas de um subconsciente ilógico e contraditório.

Quando a dualidade é transcendida, o self é aceito como centro da existência, não por avaliar a si mesmo como mais importante do que a outra pessoa, mas por saber que é responsável pela sua vida.

É por isto que seguir os próprios autointeresses é sempre uma grande luta e requer muita coragem, pois confusamente o mundo em redor do homem luta contra e se ilude, alegando que o verdadeiro autointeresse nada mais é senão egotismo e egoísmo destrutivo. Só uma pessoa forte pode suportar a desaprovação do mundo a fim de seguir seu próprio caminho.

É preciso lembrar que nossa incapacidade de amar é um bloqueio temporário, com base em falsas premissas de pensamento num nível mais profundo da experiência emocional.

Também existe o tipo certo de egoísmo, que preserva o direito de nos desenvolver da maneira que for melhor, independente das opiniões dos outros e de suas razões, possivelmente encobertas, para nos explorar. Esse tipo de egoísmo é capaz de reconhecer e rechaçar facilmente as exigências exploradoras dos outros, em vez de se submeter a elas por causa das próprias exigências da nossa espécie. A pessoa que demonstra o tipo certo de egoísmo sente-se profundamente merecedora da felicidade, pois não a deseja à custa dos outros. Quando o tipo certo está presente, nossos interesses e os dos outros são um só.

Vários aspectos do egoísmo são tratados nas palestras: relação do egoísmo com a felicidade (064); com a oração (076q); com a autorresponsabilidade (063q); com o altruísmo (056 e 164); com a consciência (115); com o dualismo (240); tipo certo e errado de egoísmo (053, 056, 164, 223).