É a atitude de desprendimento onde não tememos perder o que mais desejamos. Significa de fato desapegar-se da atitude rígida do ego, dos medos, da desconfiança, das concepções equivocadas, da dúvida, da insistência em querer que as coisas aconteçam do nosso jeito, da teimosia.

O verdadeiro desapego é uma decisão, um comprometimento, uma entrega que precisa ser repetida muitas vezes e não pode ser obtida pela imposição forçada de conceitos corretos sobre medos infantis e ilusórios que continuam a fermentar na mente inconsciente.

Ou seja, o desapego não será possível, enquanto permanecer dentro de nós essa criança egoísta, egocêntrica, unilateral, que faz exigências injustas. Apenas a reeducação dessa criança interna permitirá remover a corrente de pressão que atua de modo sinuoso, oculto, que agarra e leva ao desespero. Perceber as emanações da criança e suas maneiras de produzir agressão e hostilidade nos libertará e ajudará a avançar no processo de amadurecimento.

É o desapego que cria a possibilidade da vivência da genuína lei divina, a vivência do que ela é. A atitude de “deixar nas mãos de Deus”, que vem do nosso ser mais profundo, é o propósito final.