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É o entorpecimento em maior ou menor grau que resulta do aprisionamento da proteção e da defensividade.
É manifestação predominante neste mundo, atualmente mais do em que em outras épocas, e se caracteriza pelo afastamento de si mesmo, falta de vida, ou desligamento. Ele traz em sua esteira a sensação de vazio e falta de sentido. Nele, a força vital, com seu fluxo vibrante, é propositadamente interrompida e impedida por uma atitude excessivamente vigilante e negativa do eu exterior, uma espécie de amortecimento interior que ocorre a partir de um choque ou trauma emocional.
Em alguma ocasião esse amortecimento teve o intuito de proteger contra a dor, o medo e o desconforto com que a criança não era capaz de lidar. Nessa ocasião foi uma solução temporária, pois a mente imatura, com suas limitações, certamente não estava equipada para enfrentar e manejar determinadas experiências emocionais e entendê-las de maneira realista. Se a anestesia temporária foi necessária para a criança sobreviver, sua continuidade e manutenção deliberada é um processo muito prejudicial, porque interrompe toda a experiência e traz desesperança.
O anestesiamento ou amortecimento se expressa na consciência como preguiça, inércia, apatia, até mesmo da consciência de não querer fazer as coisas, não querer mexer o corpo, a mente, os sentimentos, o que, em última instância, acarreta o fenômeno da morte física.
Há um anestesiamento, porém, que é anterior ao processo de encarnação e obedece ao propósito de levar a entidade a lutar de um modo sadio de forma não só a merecer o conhecimento da vida espiritual, mas a ter condições internas adequadas para a assimilação das verdades espirituais. Nesse caso específico, a parte da alma que ainda está separada precisa esquecer tudo que sabia em um estado mais desperto para que a parte não desenvolvida encontre seu próprio caminho.