É a dor provocada pelas imagens que permanecem conosco impedindo a nossa satisfação no presente.

Essa dor se vincula à dor das defesas destrutivas criadas pela criança num clima constante de não aceitação da individualidade, falta de amor e compreensão.

A combinação do sofrimento por causa desse ambiente com a crença de que é um fato inalterável condiciona os seres humanos a criar defesas destrutivas. A repressão da dor e frustração originais com as quais a criança não consegue lidar dá início à formação das imagens que são nossos mecanismos de defesa.

As imagens são “pseudossoluções” que acarretam uma dor indizível para quem as cria e para os outros. As necessidades insatisfeitas no presente causam dor e empurramos para o inconsciente a doída necessidade de receber. Toda essa dor e frustração já existiam antes de tomarmos conhecimento delas, mas devido à falta de consciência e aos mecanismos de defesa, a capacidade de dar não se desenvolve dentro da psique.

A vivência da dor da realidade, com seus matizes e variedades, precisa ser vivida a fim de que tomemos contato com nossas reais necessidades: a de dar e receber; a de não encontrar um canal de vazão; a pressão acumulada; a impotência passageira na busca de alívio; a tentação de fugir de novo.

O reconhecimento da necessidade de receber e de sua distorção, graças à repressão, vai amadurecendo na pessoa que observa as emoções ligadas ao desejo unilateral e infantil de apenas receber. Com esse amadurecimento a necessidade de dar cresce.