Especialidade
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Veja: Imagem coletiva de autoimportância, Orgulho

É resultado da necessidade de ser especial devido a uma confusão que surge na tendência correta para a plena autorrealização e a necessidade interna de fazê-la acontecer.

A autorrealização plena envolve sempre a unicidade do indivíduo. Ela não nivela a individualidade nem implica, por pouco que seja, mediocridade. Pelo contrário, a crença de que não ser especial significa desistir da individualidade, ou até mesmo aceitar a mediocridade vem quando a necessidade de ser especial contém um desejo de triunfo sobre os outros, uma atitude de ser contra os outros.

Isto é, implica que autodesenvolvimento só existe à custa dos outros, resultante dos conceitos dualistas errôneos que são sempre destrutivos. É o "ou ele, ou eu". Isso, na verdade, destrói o valor dos outros, ao menos em termos do nosso desejo e objetivo, se é que não destrói de fato. A consequência posterior é que o processo latente e autorregulador da consciência diz não para este esforço e para a corrente de energia fluente. Esta corrente torna-se, então, entorpecida ou negativa.

Diante desse fato ficamos passivos, paralisados e impedidos ou implacáveis, com a culpa inevitável e consequências externas. Um exemplo dos perigos da especialidade é o daquelas pessoas nas quais existe um sentimento ou tendência indefinível, de que elas são algo especial para Deus, de que são de alguma maneira únicos, e acham que podem possuir Deus para si. Trata-se de um sentimento prejudicial, porque contém muito orgulho e porque é muito fácil o autoengano. Existe uma intolerância específica nas pessoas que se sentem amadas por Deus de maneira especial. É comum haver até uma espécie de arrogância em relação aos outros, talvez nem sempre no comportamento exterior, mas na atitude interior.

A necessidade de ser especial e melhor que os outros não é oposta à necessidade de ser igual aos outros. São os dois lados da mesma moeda de dualidade. Na medida em que o homem se conforma, toma como certo o que os outros lhe disseram (explícita ou implicitamente), ele acredita em leis que não são leis naturais e em fatos que não são fatos inevitáveis; nessa mesma medida, ele se sente levado a provar que é especial e a se afirmar com orgulho.

A covardia que leva ao conformismo é igual ao orgulho de ser melhor. Só é possível eliminar esses dois sentimentos, quando existe a coragem de questionar fatos aparentemente inevitáveis e a humildade de não precisar ser melhor.

A verdade da questão e a solução para esta distorção de ser especial só podem ser encontradas, quando distinguimos entre duas maneiras totalmente diferentes de medir ou de avaliar aquilo que aponta para dois objetivos totalmente diferentes. Quando queremos ser especiais a fim de triunfar sobre os outros, esta unicidade é destrutiva e levará a inúmeros problemas. Mas quando percebemos que nossa própria "especialidade" pode ser desbloqueada, sem que nos meçamos pelos outros, não haverá problemas de tal ordem. Estaremos livres para desbloquear e desenvolver o melhor em nós mesmos, sem infringir os direitos ou necessidades alheias.

Palestras: 033, 148, 150

033: O TRABALHO COMO EU; FÉ CERTA E ERRADA.
148: POSITIVIDADE E NEGATIVIDADE: UMA ÚNICA CORRENTE DE ENERGIA
150: GOSTAR DE SI MESMO, CONDIÇÃO PARA O ESTADO UNIVERSAL DE BEM AVENTURANÇA.

ABC

Sentença do Guia “A jornada para a crença positiva, a fé nas possibilidades de desdobramentos positivos exige um período de crescimento, um período de amadurecimento. Essa necessidade existe simplesmente porque seus processos mentais estão tão acostumados a acreditar no negativo que precisam ser reajustados.” P.236