É uma característica do mundo da matéria e das contingências humanas. Nossa capacidade de sentir felicidade depende da nossa capacidade de aceitar a imperfeição, não em palavras ou teorias, mas na experiência emocional.

Na maioria das vezes, sequer temos consciência daquilo que necessitamos, isto é, daquilo que, em nossa própria percepção, falta para alcançar a almejada perfeição que achamos que deveríamos ou poderíamos ter - isto torna impossível crescermos, suficientemente, a ponto de sermos capazes de aceitar a imperfeição. E acabamos ressentidos contra ela. É preciso ganhar consciência desse ressentimento e abandonar a queixa contra a imperfeição.

Apenas quando encararmos a verdade e chegarmos a um acordo com ela, enfrentando a realidade, é que teremos uma base estável a partir da qual se pode ir em frente. O problema é que o homem sente que deve se esforçar pela perfeição imediata, negar a sua imperfeição ainda existente ou desistir de todo esforço de progresso.

Então, aceitar a imperfeição significaria, para ele, estagnar e nem mesmo tentar o crescimento e a mudança. A aceitação da imperfeição não significa o desejo de permanecer estático, significa apenas que o homem sabe que não pode se tornar perfeito nessa vida, mas deseja, com todo o seu coração crescer e mudar sempre que for possível.

Quando pudermos relaxar acerca de nossas imperfeições, e não necessitarmos mais fugir ou tentar escondê-las, somente então, o solo estará preparado para o crescimento e nossa alma desabrochará.

Vários aspectos da imperfeição são trabalhados nas palestras: a atitude perfeccionista e a negação da alegria (097); a relação entre imperfeição e perfeição (097, 234).