Recomende:
|
Veja: Deslocamento, Ferida
É um processo que ocorre na vida de uma pessoa, em todos os relacionamentos intensos.
Na medida da intensidade do relacionamento, a relação traumática inicial da criança com ambos os pais é repetida em relação às outras pessoas e às situações de vida.
A maneira mais frequente de tentar remediar a situação está na escolha do parceiro amoroso. Inconscientemente escolhemos um parceiro com os aspectos de um dos pais que, particularmente, não correspondeu em afeição e amor real e genuíno. Mas, também procuramos nesse parceiro aspectos do outro pai que supriu as nossas demandas.
Assim, procuramos por aquele pai ou mãe - de uma maneira sutil, difícil de detectar - nos nossos parceiros, amigos ou em outros relacionamentos humanos. No nosso subconsciente acontecem as seguintes reações: a criança em nós não libera o passado e reproduz a ferida da infância a fim de vencer a situação, ao invés de sucumbir a ela. Ela evita, a todo custo, ser esmagada pela dor.
Essa estratégia de reproduzir para dominar a dor é impraticável e destrutiva como um todo. Graças a ela obstruímos alegrias futuras.
Quando se observam os desejos e objetivos conscientes, as feridas infantis mostram-se fora do foco da mente. Qualquer envolvimento negativo com uma pessoa, portanto, expressa o conflito, pois o relacionamento manifesta ambos os lados da divisão e, portanto, ambos os pais da pessoa envolvida. Caso apenas uma pessoa esteja negativamente envolvida, a sua relação parental é vivenciada novamente. Se duas ou mais pessoas estão envolvidas de forma negativa, todas estão entrelaçadas em suas primeiras experiências de vida e assim constantemente engendrando concepções errôneas de cada uma delas e reforçando a divisão.
Quem faz a transferência não percebe o que realmente ocorre e aplica cegamente a outrem o que pode realmente não ter aplicação alguma. Exatamente por causa disso, a outra pessoa é forçada a assumir aquela mesma reação cujas marcas estão guardadas no subconsciente.
Ao repetir antigas respostas, reforçamos antigos padrões e provocamos as reações mais temidas dos outros, reforçando nossas convicções equivocadas. Logo, nossas reações não ocorrem em resposta à pessoa real, mas a pessoas e situações imaginadas. São uma forma de deslocamento ou substituição.
Só pode haver certeza de que num envolvimento com outra pessoa não está havendo transferência de um dos genitores examinando profundamente os próprios sentimentos e identificando os paralelos, as semelhanças de reações.
No entanto, não é preciso evitar um relacionamento porque contém também elementos de emoções transferidas.