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Veja: Confiança, Entrega, Instinto de Autopreservação, Resposta própria
É a condição de se sentir seguro, que provém da eliminação da pseudossolução e sua substituição pela verdade, sempre flexível e que não conhece regras.
Somente isso representa a verdadeira segurança, embora a personalidade, ao percorrer esse processo, sinta aguda insegurança e ansiedade no momento em que precisa abrir mão das pseudossoluções.
A garantia da segurança em relação ao perigo é função do instinto de autopreservação. Se esse instinto for distorcido, ele entra em conflito com o instinto de reprodução, distorcendo, por sua vez, as necessidades legítimas de segurança e prazer.
Se a maior preocupação de uma pessoa é com a segurança, inevitavelmente ela vai dar excesso de ênfase e, portanto, distorcer o instinto da autopreservação. Assim, o instinto da reprodução, pelo menos até certo ponto fica reprimido e contido. Inconscientemente, a pessoa se vê diante das alternativas da segurança ou do prazer. Obter prazer pressupõe certa coragem, espírito de aventura, disposição em se arriscar. Mas essa exposição, a aceitação desse risco, é exatamente o perigo que precisa ser evitado a todo custo.
Diante desse perigo imaginário acionam-se diferentes tipos de defesa: por exemplo, liberar os impulsos de prazer apenas em algumas áreas da personalidade em detrimento de outras; tentativa de fazer um acordo entre a necessidade de segurança e a busca de prazer, acreditando que não existe conflito algum, e sem a percepção de que sua tática gera reações internas que inevitavelmente impedirão esse objetivo, dentre outros aspectos.
A falta de segurança talvez seja o fator responsável por todo o sofrimento que o homem conseguiu infligir a si mesmo. Isso acontece porque ele procura na direção errada, e como resultado fica decepcionado e ainda mais inseguro e descrente de um dia encontrá-la.
Incessantemente o homem procura a segurança material e se ele faz isso per si, não há nada de errado. O problema começa, quando ele distorce esse objetivo para suprir uma necessidade diferente daquela que deveria preencher de forma saudável. Essa situação pode passar despercebida, ou podemos sentir apenas uma necessidade premente. Podem ser encontradas explicações racionais e válidas de por que um desejo é tão urgente, enquanto por baixo as verdadeiras motivações permanecem ocultas. E essas motivações ocultas sempre resultam no medo de não se obter o que é necessário.
Quanto mais inconsciente for a motivação, mais doentio é o desejo, que vai se interpor entre nós e a satisfação. Depois da conquista material, em algum momento, o homem acaba se voltando para trabalhar questões relativas à segurança interna.
A única maneira realista de enfrentar a insegurança que descobre dentro de si é admiti-la, aceitá-la, e depois descobrir a resposta interior, mediante a compreensão de seus erros interiores, seus conceitos equivocados, suas percepções falhas. Isso, e somente isso, lhe trará a verdadeira segurança apoiada em terreno firme, que não pode ser levada pelas tempestades da vida.