Medo da morte
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Veja: Dualidade, Identificação, Negação

É um dos maiores, senão o medo fundamental do ser humano.

O medo da morte cria o mundo da dualidade, e o mundo da dualidade cria a realidade que diz não ao anseio da humanidade por completa satisfação.

Existem dois modos principais pelos quais o inconsciente tenta fazer face à morte. Ambos são baseados em negação: um pela evasão, o outro por ir deliberadamente de encontro ao que mais se teme. Em ambas alternativas, lutamos desesperadamente contra a morte, e não lutamos menos quando intencionalmente a escolhemos por um medo servil, em um espírito negativo de fraqueza. Poucos aceitam a morte de maneira saudável, como um ato de força, o que é uma escolha completamente diferente.

Além da morte física, todos os aspectos negativos da vida, tudo o que se opõe ao impulso de prazer também é morte. Ela também significa perda, mudança e o desconhecido que se tornam aterrorizantes. Nesses casos todo ser humano morre muitas pequenas mortes todo dia.

Quando a pessoa é jovem, esses medos podem ser atenuados; ela pode não ter conhecimento de sua existência, exceto em épocas de perigo. Porém, mais cedo ou mais tarde todo ser humano acaba se confrontando com o medo direto da morte.

Apenas na medida em que o homem se conhece, preenche sua vida, a si mesmo, aos seus potenciais latentes, ele deixa de temer a morte, que passa a ser sentida como um desdobramento natural.

Um dos grandes fatores para superar o medo da morte é superar o medo de desfazer-se das barreiras que nos separam do sexo oposto. Quando o sentido de ser, existir, o sentido de eu só existe através da identificação com o ego, o medo da morte existe. É por isto que qualquer ser humano que tenha ativado seu Eu Real e que o experimente como uma realidade diária jamais tem medo da morte, pois sabe que a vida é sempre um continuum, e essa é sua natureza inerente.

A morte física é, em um determinado nível, o ponto de ruptura final da limitação do caminho que se afasta do centro. Como todo ser humano encarnado se afasta do centro em maior ou menor grau, todos passam necessariamente pela experiência da morte. Assim, esse limite é temido, há um movimento de contração em relação a ele. Mas negar o resultado dos próprios atos é um ato interior irracional. Implica não assumir a responsabilidade e as consequências dos atos e opções.

Existe um medo consciente e inconsciente da morte. Do ponto de vista consciente, o medo deriva do fato de nos identificarmos com a manifestação da fonte, quando somos a própria fonte. Do ponto de vista consciente e inconsciente, o medo da morte é uma resistência ao autoperdão, porque a ameaça de extinção é um dos piores castigos. Esse medo também gera o medo do movimento que é vida. Ora, se permanecemos imóveis, colaboramos para o término do nível manifesto, postura que acelera a vontade da consciência animadora de abandonar essa manifestação e começar de novo. Sempre que interrompemos o movimento, ocorre uma parada da consciência e da energia. No nível humano de desenvolvimento essa parada se manifesta na morte. O medo da morte, que adquirimos por causa do medo do movimento e da mudança, também pode se tornar nosso próprio remédio. Nesse caso, funciona como uma autocura.

O medo da morte fica totalmente eliminado na pessoa que conhece a si mesma, sua natureza divina, e que, portanto, não bloqueia a mudança que está alegremente à espera dentro de cada uma das suas células – as físicas e também as psíquicas. Ao permitir que o movimento se desdobre em confiança, apenas o bem pode vir dele, se o visualizarmos dessa forma. O medo da morte, o medo do envelhecimento e o medo do desconhecido fazem parte do mesmo núcleo, o medo da passagem do tempo.

Palestras: 081, 123, 158, 167, 168q, 226, 230

081: CONFLITOS NO MUNDO DA DUALIDADE
123: LIBERAÇÃO E PAZ PELA SUPERAÇÃO DO MEDO DO DESCONHECIDO
158: A COOPERAÇÃO OU OBSTRUÇÃO DO EGO AO EU REAL
167: O CENTRO CONGELADO DA VIDA TORNA-SE VIVO
168: DOIS MODOS BÁSICOS DE VIDA - APROXIMANDO E AFASTANDO DO CENTRO
226: A ABORDAGEM DO EU - PERDOAR-SE SEM TRANSIGIR COM O EU INFERIOR
230: A UNIVERSALIDADE DA MUDANÇA - PROCESSO REENCARNATÓRIO NUMA MESMA VIDA

ABC

Sentença do Guia “Seria demais dedicar um certo tempo e esforço todos os dias para olhar para si mesmo, encontrar áreas onde algo está faltando, a fim de melhorar sua consciência espiritual?” P.003