Medo do contentamento
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Veja: Cercas internas, Defesa, Queixa, Sentimento de impotência

É o profundo receio da felicidade, do preenchimento, da bem-aventurança.

Muitos seres humanos têm mais medo do que desejo de contentamento. Essas são pessoas essencialmente infelizes que veem a vida passar por elas. Sua capacidade de experimentar e de sentir prazer é muito limitada; estão entorpecidas, apáticas. São essencialmente desconfiadas, negativas e fechadas.

A resistência que têm em procurar a causa de seu sofrimento é grande, como também são grandes suas defesas, seus bloqueios, seu medo de evoluir para um estado diferente de consciência e percepção da vida.

Elas se agarram tenazmente ao estado de consciência que é o responsável por suas queixas contra tudo e todos. Essa é sua principal dificuldade. Por mais verdadeiras que sejam algumas das culpas que elas transferem aos outros, isso nunca elimina o sofrimento. Por mais que consigam fazer com que os outros se dobrem à sua vontade, isso nunca elimina a carência, o vazio, a monotonia, causadores de sofrimento.

Enquanto estiverem distanciadas da causa, dentro delas, que faz com que se fechem para aquilo que conscientemente mais desejam, e cuja falta provoca o maior sofrimento, fatalmente elas acharão que a vida é fútil e se sentirão impotentes e incapazes de fazer o que é preciso para acabar com a dor da não realização. Fatalmente vão oscilar entre autopiedade e amargura, entre projeção nos outros e na vida dos próprios infortúnios, por um lado, e por outro, sentimento de culpa distorcida e de não merecer o que a vida tem de melhor.

O conhecimento e a experiência da própria rejeição ao prazer é o início da eliminação desse bloqueio. Há ainda muitas pessoas nas quais o desejo e o medo da felicidade se dividem de maneira mais ou menos igual. Em algumas áreas da vida, essas pessoas conhecem a abundância, a expansão, a recompensa, o sucesso e a realização, porém em outras elas conhecem o oposto. Quanto mais profunda e honestamente elas investigarem, mais vai ficar visível que – exatamente como numa equação matemática – quando elas são felizes, livres, sem medo, existe realização, e quando elas têm medo do que há de melhor na vida, há insatisfação.

Palestra: 170

170: O MEDO VERSUS O ANSEIO PELA BEM AVENTURANÇA

ABC

Sentença do Guia “Aquilo que eu já sou, seja o que for, eu quero dedicar à vida. Eu deliberadamente quero que a vida faça uso do melhor daquilo que eu tenho e sou.” P. 138