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Veja: Autorresponsabilidade, Liberdade, Renúncia, Reparação, Resistência
É a culpa que solicita reparação verdadeira, o que pode significar sacrifício e renúncia a vantagens.
A culpa real do retraimento, do desamor, do isolamento é encoberta pelas falsas culpas, que precisam ser desmascaradas. Esse encobrimento da culpa real é realizado pela criança egoísta para quem é praticamente insuportável aceitar a reparação, porque ela parece humilhante. Para evitar essas consequências indesejáveis, a culpa real é retirada do campo de visão. É reprimida.
Para chegar à culpa real é preciso aprender a prestar atenção nos nossos sintomas de resistência, como o embotamento mental, a preguiça de pensar e sentir, ou então, passar pela vida encontrando a culpa nos outros para encobrir nossas próprias culpas.
São necessários dois passos importantes para a libertação dos efeitos mutiladores da culpa real e dos aspectos não reconhecidos do Eu Inferior. O primeiro refere-se à descoberta e ao enfrentamento desses aspectos, encarando-os com calma e de maneira equilibrada, sem autocondenação ou autojustificativa, ainda assim assumindo a inteira responsabilidade por qualquer dano que inadvertidamente tenhamos provocado, direta ou indiretamente, por ação ou omissão. O segundo refere-se à restauração da nossa expressão em relação a outro ser humano e à nossa disposição em não nos conduzirmos sozinhos, descobrindo uma maneira genuína de fazer o bem.
Todas as questões, no âmbito da reparação, devem ser ponderadas do ponto de vista de todos os envolvidos e principalmente, mas não exclusivamente, da pessoa que foi prejudicada.
Quem quer que reconheça sua culpa real fica livre de todos os complexos de falsa culpa e se sente imediatamente aliviado e em paz, porque a verdade sempre traz esses sentimentos, mesmo que isso signifique lutar para abrir-se o suficiente e estar disposto a superar, porque se sabe como e quando uma ou mais leis espirituais foram violadas em atos, e em termos de reação emocional. Somente então podemos realmente pedir perdão e solicitar a Deus que nos mostre e nos ajude a fazer a mudança interior. Apenas quando existe essa liberdade interior, é possível perdoar totalmente os outros. Ao vivenciar, compreender e sentir o perdão de Deus, seremos capazes de perdoar a nós mesmos.
Eva Pierrakos. Caminho para o Eu Real. São Paulo: Publicação Interna Pathwork São Paulo, 2012, Capítulo 15.
Palestras: 009, 049, 108, 110q, 180