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Veja: Intensidade, Intuição, Maturidade, Ponto de renúncia, Vontade interna
É um dos pontos de maior importância, com efeito imediato, de intensificar a nossa integridade, o respeito próprio, a confiança em nós mesmos e na vida, tornando a satisfação final possível, quando não há mais necessidade de qualquer renúncia.
A verdadeira renúncia escolhe o caminho certo e as circunstâncias certas, onde não existe nem pode existir abuso, onde a maturidade do outro é compatível com a maturidade da própria pessoa. A maturidade é o entendimento consciente, o que, por sua vez, eleva os poderes intuitivos. Estes fazem a escolha certa, onde ninguém leva vantagem indevida.
A renúncia aos desejos é um ato da vontade interior. Muitas vezes o desejo pode ser legítimo e até saudável, mas a insistência, o “preciso disso agora”, “não quero isso agora de jeito algum”, é prejudicial.
Nesse caso não é preciso renunciar ao desejo em si, mas sim ao movimento de alma contraído que está a ele associado. Essa é uma decisão consciente voltada para o eu sensível interior, onde se deixa alguma coisa para trás, alguma atitude. Por outro lado, quando a vontade não é suficientemente usada, o ego vai se enfraquecendo.
Se a vontade é exageradamente usada, o ego fica forte e rígido demais. Demasiadamente usado, o ego fica tão esgotado que muitas vezes o resultado é o desejo de fugir de si mesmo, por motivos fracos. Nesse caso, renunciar ao ego é uma fuga que pode se tornar perigosa.
Quando a pessoa tem uma imagem na qual ela tem medo de viver, de sentir, de amar, ela pode justificar e racionalizar, por meio do conhecimento intelectual exterior que ela vier a adquirir dos ensinamentos espirituais, sua atitude equivocada, o que lhe ocasiona um grande mal e é um fenômeno muito comum.
Somente quem não tem esse medo é capaz de entender a renúncia em sua acepção verdadeira, e não distorcida. Sempre que existe uma imagem dessas – e muitas pessoas a têm, em maior ou menor grau – o único meio de atingir o verdadeiro e autêntico não desejo é encarar o medo da vida e do amor. Nesse caso, é importante arriscar-se e suportar as mágoas decorrentes, em vez de vigorosamente impedir a si mesmo de passar outra vez por essa etapa necessária do desenvolvimento.
A renúncia não precisa envolver necessariamente algo ruim, errado ou perverso. É suficiente que nos apeguemos a alguma coisa – boa ou ruim – com tamanha intensidade, que se torna uma prova abandoná-la em nome do Senhor. Essa é a questão.
Vários aspectos da renúncia são tratados nas palestras: renúncia ao crescimento (144) e às necessidades (092 e 093) e ponto de renúncia (094).
Palestras: 004, 024, 037, 039q, 047q, 092q, 093q, 094, 141, 144, 168q, 182