Ponto de renúncia (ou ponto de desistência)
Recomende:

Veja: Abismo, Ajuda, Eu Real, Falsas necessidades, Ilusão, Renúncia, Vontade interna

É o ponto escondido no problema com o qual lidamos e que impede nossa conexão com o Eu Real; que não consegue se manifestar e nos guiar.

Esse ponto não é descoberto arbitrariamente nem mesmo por qualquer processo intelectual. Só pode ser encontrado indiretamente pelo trabalho de autoconhecimento, com mais ajuda e assistência. Pode ser algo muito sutil. Pode não dizer respeito a uma renúncia exterior ou material, mas simplesmente a uma atitude, a um apego emocional a alguma coisa.

Existe uma ligação entre o ponto de renúncia e o soltar-se no abismo ilusório. Os medos ilusórios, a recusa frenética em não renunciar à vontade do eu são interdependentes. Ambos se originam na criança – a criança irracional, ávida e exigente que continua a morar no interior da pessoa, até ser ensinada e ter uma chance de crescer.

Quando encontramos o ponto de renúncia (uma ilusão, uma corrente forçada, uma falsa necessidade), nossa identidade se preenche de paz, força e autoconfiança. A renúncia, algo que a pessoa imatura não consegue fazer, nos livra de passar pelo que não precisamos. Somente o ego forte, saudável, robusto, pode se soltar, renunciar a si mesmo e integrar-se ao eu maior.

O ponto de renúncia, portanto, é uma expressão da vontade interior. Muitas vezes o desejo pode ser legítimo, mas o modo como é desejado, com urgência e insistência, é prejudicial. Outras vezes, existe uma identificação secreta, embora parcial, com o Eu Inferior, o que faz a renúncia parecer autoaniquilação.

Só o compromisso com a descoberta da verdade sobre si mesmo pode abrir o caminho ao reconhecimento de que é possível renunciar ao ódio, a todas as intenções negativas, sem parecer que estamos renunciando ao nosso verdadeiro ser. Nesse ponto, não confundimos nosso Eu Real com a parte do eu destrutiva, cruel, despeitada, etc.

Abrir mão de algo resgata o significado original de renunciar ao próprio egoísmo. Esse gesto de renúncia não se desenvolve em clima de medo, coerção ou privação de algo que nos é necessário.

Eva Pierrakos. Caminho para o Eu Real. São Paulo: Publicação Interna Pathwork São Paulo, 2012, Capítulo 20.

Palestras: 094, 142, 168, 172, 195

094: O EU VERDADEIRO VERSUS OS NÍVEIS SUPERFICIAIS DA PERSONALIDADE; PECADO E NEUROSE; CONCEITOS DIVIDIDOS QUE GERAM CONFUSÃO
142: O DESEJO E O MEDO DA FELICIDADE; TAMBÉM O MEDO DE SOLTAR O PEQUENO EGO
168: DOIS MODOS BÁSICOS DE VIDA - APROXIMANDO E AFASTANDO DO CENTRO
172: OS CENTROS DE ENERGIA VITAL
195: IDENTIFICAÇÃO E INTENCIONALIDADE: IDENTIFICAÇÃO COM O EU ESPIRITUAL PARA SUPERAR A INTENCIONALIDADE NEGATIVA

ABC

Sentença do Guia “A jornada para a crença positiva, a fé nas possibilidades de desdobramentos positivos exige um período de crescimento, um período de amadurecimento. Essa necessidade existe simplesmente porque seus processos mentais estão tão acostumados a acreditar no negativo que precisam ser reajustados.” P.236