É um estado que revela mágoa, pesar.

A tristeza está presente no sentimento de cansaço do mundo, como um discreto alerta de que algo não vai bem dentro da pessoa. A revolta contra a tristeza gera a crença equivocada de que ficar triste é catastrófico e, se ocorrer essa catástrofe morreremos.

Essa premissa não enunciada gera medo e, muitas vezes, se exagerada, transforma o medo em pavor. O pavor da tristeza gera o impulso compulsivo de evitar sentir tristeza. Se a vida nos obrigar a isso, e acabarmos sentindo, por meio das circunstâncias que inevitavelmente vamos atrair, a nossa reação de pavor, por causa da convicção de que vamos morrer, produziremos uma turbulência interior tão forte que podemos, de fato, ter um colapso.

Na superfície, podemos estar totalmente inconscientes da raiva rebelde que está na base do pavor e do equívoco que nos faz lutar com tanto ardor e sofrimento contra a tristeza.

A natureza da experiência da tristeza é, de fato, infinitamente dolorosa, amarga, intolerável, mas não porque a tristeza em si não possa ser tolerada. Qualquer sentimento direto, puro pode ser facilmente tolerado, não importa o que seja e por que exista. O que é de fato intoleravelmente doloroso, amargo, assustador e desesperado é o resultado da luta interior e da turbulência que o equívoco gera. A tristeza deslocada e negada se transforma em autopiedade, desesperança, frieza, depressão.

A tristeza pode libertar a alma quando aceitamos um fardo pesado sem amargura.