É a transição de um estado egocêntrico para o amor e a comunicação, passo essencial no caminho da evolução de cada entidade espiritual.

Em algum momento, em uma ou outra vida, ele está fadado a acontecer, porque obedece às leis inalteráveis de crescimento e desenvolvimento que se aplicam a todos os organismos vivos do universo, ao macrocosmo e ao microcosmo, ao organismo unicelular, à entidade humana e à humanidade como um todo.

O princípio criativo do universo manifesta-se como atração para a união. No entanto, o homem teme esse processo e cria resistências ao desenvolvimento, já que acredita que a vida é sua inimiga. Com esta crença, ele corta, emudece, dificulta os sentimentos. Com algumas pessoas isso acontece apenas em alguns aspectos. Com outras, isso se dá como uma atitude geral em relação à vida. Seja qual for o caso, surge na alma humana a seguinte situação absurda e paradoxal: o homem teme a vida como uma inimiga, que lhe tira a vida.

Assim como os sentimentos naturalmente afirmam a vida, eles também podem se transformar em seu inimigo. Consequentemente, ele começa a arrefecê-los, e assim institui propositadamente a não vida, por medo da não vida. A personalidade nada contra o fluxo natural em oposição à atração que sente pela união.

O momento em que o homem enfrenta seus próprios conflitos e transita para a união não pode jamais ser determinado. O caráter permanente que essa transição pode adquirir, anseio fundamental do homem, exige como pré-requisito o trabalho sobre si mesmo.

À medida que gradualmente avançarmos nessa transição, nossos valores fatalmente mudarão, como resultado de um crescimento interior gradual e orgânico. Essa mudança é vagarosa, mais interior do que exterior. Por esse motivo, muitas vezes as opiniões exteriores nem mesmo precisam passar por uma revisão drástica, podendo permanecer essencialmente iguais, embora passemos a experimentá-las de modo diferente, porque a motivação que as sustenta será outra.

Vários aspectos do desenvolvimento são tratados nas palestras: resistência ao desenvolvimento (147q e 149); a formidável transição do desenvolvimento humano (075); desenvolvimento individual e humano (120).