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Veja: Autodisciplina, Crise, Imagem da mudança, Medo do movimento
É um produto da luta do homem para sair do estado de autoalienação e ganhar consciência.
Aqueles que mudam passam a atribuir às circunstâncias exteriores menos poder do que atribuíam anteriormente, sentem-se menos impotentes, porque se tornaram capazes de mobilizar sua força inerente e outras faculdades que propiciam uma vida plena. Confiam em si, porque conseguem renunciar e, assim, não sentem compulsão nem ansiedade, sabendo lidar com todas as situações que a vida lhes oferece e se relacionando com os outros de modo harmonioso e produtivo.
A mudança nessa direção exige que a personalidade tenha determinação para inibir velhos padrões de comportamento, vontade de instituir um novo padrão, numa decisão que vem totalmente de dentro e não de uma autoridade externa. Essa convicção exige autodisciplina.
A resistência à mudança é um dos maiores obstáculos a superar. Ela pode ser racionalizada de muitas formas, mas será sempre a luta para não abrir mão da “glória” do eu idealizado.
Enquanto o verdadeiro motivo da resistência à mudança for inconsciente, o padrão distorcido permanece incólume à correção ou reavaliação, pois qualquer coisa ativada do inconsciente resiste à realidade. Sem a convicção de que a mudança é possível, não podemos mudar e ainda reforçamos a crença de que ela é impossível. Essa convicção negativa impede o esforço necessário para produzir a mudança e ele só se torna acessível, quando entendemos que mudar é trazer à superfície qualidades adormecidas que já existem dentro de nós.
As perguntas sobre resistência à mudança devem ser feitas às sucessivas camadas psíquicas até que estejam conscientes os mais variados aspectos dessa nossa negação ao movimento. A ação ou mudança exterior não têm sentido se não forem decorrência de um desejo muito harmonioso e da crença em sua adequação. Primeiro é preciso cultivar a consciência, a sensação e a percepção. Depois, tudo o mais se segue de maneira natural e orgânica. Isso pode criar, ou não, alguma ruptura externa. Esse rompimento ocorre muitas vezes como resultado de uma crise, tentativa da natureza, da ordem natural e cósmica do universo de proceder a mudanças estruturais, quando elas são obstruídas pela parte da consciência que comanda a vontade.
Em outras ocasiões, as mudanças externas evoluem gradualmente, como resultado da percepção. Se uma pessoa espera, para promover a mudança externa, até estar libertada do medo e da resistência, talvez a expansão nunca seja possível. Muitas pessoas precisam passar por essas sensações, a despeito de serem desagradáveis, para poderem perceber a verdade de sua situação.
Sempre que a consciência está aberta e de acordo com a lei divina, as energias se movem natural e harmoniosamente e, se está do lado oposto, as energias são invertidas e nesse período se voltam, aparentemente, contra o próprio eu. O que acontece com a entidade individual é um processo que abarca toda a criação.
Quando deixamos de temer o movimento da vida, estamos aprendendo a transcender o medo da morte.
Vários aspectos da mudança são tratados nas palestras: crises como instrumento de mudança (183); mudança na personalidade (095); mudanças internas e externas (186q); possibilidades de mudança (174); resistência à mudança (085q).
Palestras: 085q, 095, 174, 183, 186q, 227, 230