É uma tentativa da ordem natural e cósmica do universo de proceder a mudanças. Se a mudança é obstruída pela parte da consciência que comanda a vontade, o resultado é uma crise para tornar a mudança estrutural da personalidade possível.

Pode se manifestar de inúmeras maneiras: dor, dificuldades, convulsão, incerteza, insegurança, troca de modos de viver. Ela ocorre como tentativa de destravamento de estilos de vida arraigados e estáticos, de maneira a tornar possível um novo crescimento.

A crise demole e quebra o que é momentaneamente doloroso, mas não se pode pensar a transformação sem ela. Cada transição do crescimento, nos pequenos ou grandes casos, é sempre repleta de crises. Assim, tanto o indivíduo quanto a humanidade passam por uma série delas.

No trabalho de acompanhamento às crises pessoais é preciso um equilíbrio entre dar ajuda ou movimentar-se com cautela. Para o acompanhante não ficar preso na indecisão das correntes contraditórias, é oportuno soltar-se, fluir junto com o outro, focando os canais interiores e solicitando a orientação da vontade divina. Em outras ocasiões, basta ficar ali ao lado, com amor, prece e companheirismo. Não existem regras. Apenas a conexão intuitiva será válida e confiável. E isso virá com a prece.

As dificuldades são relativamente pequenas quando a pessoa que está em crise pede ajuda. Se ela se recusa a reconhecer que está em crise, não se deve forçá-la a fazer esse reconhecimento. Ao mesmo tempo, é importante expressar para a pessoa em crise a disposição em ajudá-la, se ela quiser.

Vários aspectos da crise são tratados nas palestras: relação da crise com a mudança (183); ajuda àqueles que estão em crise (239q); crise na humanidade (120); crise e períodos de crescimento (120); significado espiritual da crise (183).