É um modo de realizar o trabalho de autoconhecimento que reúne aspectos com ênfase psicológica e/ou espiritual. A distinção entre o espiritual e o psicológico é de fato arbitrária, pois ambas são diferentes facetas que levam ao mesmo fim. Podemos afirmar que, didaticamente, as abordagens psíquica e espiritual complementam-se e ajudam-se mutuamente.

Para o desenvolvimento espiritual é fundamental reconduzir nossas emoções distorcidas ao seu fluxo original, o que exige desenvolver grande sensibilidade, de modo que as constâncias e as alternâncias expressas em cada caminho individual possam ser reconhecidas: saber quando focalizar mais o Eu Superior ou o Eu Inferior ou o Eu Máscara.

A abordagem psicoespiritual ajuda a nos tornarmos conscientes do modo pelo qual usamos os valores espirituais para nos castigar sob o jugo de uma perfeição impossível, da falsidade de nossas motivações, do nosso orgulho e pretensão, ao contrário da nossa crença na própria bondade, enfim quando estamos cientes do nosso real objetivo. É preciso que o conhecimento teórico seja respaldado por uma compreensão que surja da articulação entre teoria e experiência. Somente quando nos tornarmos cada vez mais cientes do verdadeiro significado de nossas emoções inconscientes, vamos entender que esse trabalho redunda em desenvolvimento espiritual. Aí, então, podemos voltar a dar ênfase aos aspectos espirituais de outro lugar interno.

A bússola que nos orienta é o entendimento de que o mundo interior é a única realidade que conta. Ele determina tanto nossa vida material, quanto nossa vida espiritual. É preciso tratar nossas distorções sem autojulgamento, sem reforçar sentimentos de culpa ou fortalecer as demandas exageradas e padrões de nossa autoimagem idealizada.

O foco é nos aceitarmos como somos, atitude básica para o crescimento e a mudança.