Infância
Recomende:

Veja: Autoimagem Idealizada, Compulsão de recriar, Consciência infantil, Criança, Ferida

É a primeira fase do processo de desenvolvimento humano. Nela, geralmente, a criança não recebe suficiente dose de amor e carinho maduros dos pais, que lutam com suas próprias imperfeições. A partir daí ela carrega esta falta até a idade adulta.

Enquanto a mágoa, o desapontamento e as necessidades não realizadas dos anos iniciais permanecerem inconscientes, não é possível entrar em acordo com eles. As crianças não têm meios de transformar suas necessidades em pensamento, não podem comparar o que têm com o que os outros têm e não sabem que pode existir algo mais. Acreditam que esta é a maneira como deveria ser ou, em casos extremos, sentem-se especialmente isoladas, acreditando que o que têm é diferente daquilo que os outros têm. Ambas as atitudes desviam-se da verdade.

Em ambos os casos a verdadeira emoção não é consciente e, consequentemente, não pode ser apropriadamente identificada, compreendida e aceita. Esse trauma inicial que pode ser construído por um evento contundente ou por pequenos e repetidos gestos e atitudes cotidianos por parte dos pais permanece como uma ferida na alma.

Sem liberar o passado, a criança em nós sempre recria nos relacionamentos condições semelhantes, tentando vencer - no final - a fim de resolver a situação em vez de sucumbir a ela, porque perder seria o equivalente à morte, o que deve ser evitado a todo custo. Esta é a razão da escolha de um parceiro com aspectos similares àqueles dos pais.

São estes mesmos aspectos, no entanto, que tornarão impossível receber o amor maduro que como adultos desejamos como desejávamos na infância.

O processo de abrir mão da compulsão de recriar a infelicidade exige sentir a dor das perdas do momento religando-as às dores originais da infância.

A imperfeição dos pais afeta a criança, mas eles não são responsáveis por suas concepções errôneas, pois a criança percebe sua vida segundo categorias de tudo ou nada, isso ou aquilo, sem gradações intermediárias. Seu desejo de felicidade é distorcido por essa percepção maciça e torna-se impossível de ser saciado já que consiste, de fato, no desejo de domínio onipotente e obediência inquestionável por parte do mundo circundante, um lugar especial bem acima de todos os outros seres, já que estes devem satisfazer seus desejos. Quando eles não podem ser satisfeitos – e nunca podem – a frustração é total.

A criança cresce e percebe que seus desejos não só não podem ser atendidos, mas também são censurados. O desejo de infelicidade nasce com a crença que se forma de que a felicidade é impossível. Em vez de encontrar o jeito certo, transformando o conceito errado no certo, é comum a personalidade simplesmente lutar contra a correnteza, procurando forçar a vida a adequar-se ao conceito errado. O que causa todos os conflitos e desvios do adulto é o seu desejo de ser feliz ou ser amado. Ser amado é um requisito necessário para ser feliz, por isso constitui-se na maior parte de seus impulsos compulsivos. Os padrões negativos e destrutivos que a criança constrói e reedita até a idade adulta são, portanto, responsabilidade pessoal e exigem trabalho para dissolvê-los.

Vários aspectos da infância são tratados nas palestras: corrente de força na infância (077); ferida infantil e a compulsão para recriá-la (073); criação da Autoimagem Idealizada na infância (058); trauma infantil (171).

077: AUTOCONFIANÇA: SUA VERDADEIRA ORIGEM E O QUÊ A PROÍBE
073: COMPULSÃO PARA RECRIAR E SUPERAR AS FERIDAS DA INFÂNCIA
058: O DESEJO DE FELICIDADE E O DESEJO DE INFELICIDADE
171: LEIS ESPIRITUAIS

Palestras: 058, 073, 077, 171

058: O DESEJO DE FELICIDADE E O DESEJO DE INFELICIDADE
073: COMPULSÃO PARA RECRIAR E SUPERAR AS FERIDAS DA INFÂNCIA
077: AUTOCONFIANÇA: SUA VERDADEIRA ORIGEM E O QUÊ A PROÍBE
171: LEIS ESPIRITUAIS

ABC

Sentença do Guia “Encarar o eu muitas vezes significa desapontamento, porque o homem acredita que está muito mais avançado em seu desenvolvimento –até que encontra seu lado feio. Ele pensa que só o que fez conta, mas as emoções também contam, e elas causam tantos efeitos como as ações exteriores.” P.005