É a atitude de entrega, de desapego do ego que participa de algo maior que está dentro do ser.

Na vida idealmente saudável, todas as experiências de entrega (o sono, a meditação, as relações sexuais) são buscadas e mais ou menos regularmente perseguidas. O indivíduo torna-as possíveis através de suas atitudes, sua prontidão e seu interesse ativo. Se este for o caso, eventualmente toda a sua vida será ativada pela inteligência e poder interiores, até que essa inteligência e o ego sejam um.

O ego carece da disciplina, perseverança, empenho e da fé para aventurar-se além do seu âmbito atual de percepção. Toda encarnação, em qualquer nível que ocorra, exige que a entidade aumente o alcance de seu “campo de operações”, para colocar mais longe a cerca em volta do ego fragmentado, trazer mais realidade do mundo além do seu confinamento ilusório. Indiretamente, isso se aplica a todos os níveis.

O conhecimento intelectual e as capacidades mais rotineiras, externas ou físicas a serem adquiridas aumentam de alguma forma a esfera de operações e a experiência de vida, contribuindo assim indiretamente para a tarefa total da autotranscendência. A aquisição de novos conhecimentos e habilidades também exige o cultivo de algumas atitudes necessárias para essa tarefa e cada avanço de conhecimento ou capacidade gera, direta ou indiretamente, mais poder espiritual e consciência, mais experiência de alegria e realização das próprias potencialidades.

O ego precisa mudar suas atitudes de preguiça e resistência para poder se transcender e tornar-se compatível com o processo de unificação com o eu maior cósmico. Ele precisa fazer o árduo trabalho de base antes da aparição do Eu Real.

Do ponto de vista espiritual, a única saída é usar a parte saudável do ego para lançar luz sobre a parte doente, usar a sua parte honesta para lançar luz sobre a parte desonesta. Assim, a transcendência do ego ocorre da maneira mais segura possível e um novo território é conquistado.