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Veja: Dor, Negatividade, Sofrimento
É o prazer presente na corrente vital que se associa à forma distorcida, à situação vivida e aos contatos que aí se estabelecem. Em outras palavras, é a conexão entre negatividade e prazer.
Quando se chega às camadas mais profundas da psique, torna-se claro que os instintos primitivos e rudes só se interessam pela experiência do prazer. A ânsia pelo prazer supremo a todo custo, sem levar em conta as consequências, está por trás da superestrutura das normas, leis e regras morais.
O princípio do prazer gostaria de atuar na criatura imatura, mas a consciência insuficiente cria uma discrepância entre a capacidade de ter prazer e o meio ambiente. Assim, surge a frequente situação na qual a maturidade intelectual tolhe o princípio do prazer, que fica reprimido quando a consciência não penetra esses níveis. A capacidade de ter prazer então não se desenvolve. Ela permanece infantil e autocentrada. Aí também se iniciam nossos conflitos e nossas dificuldades com o prazer. Acabamos colocando-o a serviço da mágoa, do sofrimento e da dor.
Todas as emoções que surgiram da mágoa original da infância, conforme o caráter e temperamento, também combinam com o princípio do prazer. Esta conexão cria todas as complicações pessoais, todas as circunstâncias indesejadas.
Muitas pessoas neste planeta podem sentir o princípio do prazer meramente nas fantasias de crueldade. Isto é o núcleo real da guerra, da crueldade como um todo. Foi uma mágoa mal-aplicada e mal-interpretada que criou esta condição. A crueldade sem o princípio do prazer nunca poderia ter força efetiva. No nível das relações pessoais, quando o contato parece magoar, o prazer se manifesta na forma de causar mágoa ou ser magoado, numa ou outra forma, em maior ou menor grau.
A destrutividade real, portanto, não é apenas uma distorção da verdade e dos poderes universais construtivos, mas também uma distorção que deve estar permeada do poderoso princípio vital e de seu poder construtivo.
Até certo ponto, cada ser humano tem negatividade que é de alguma maneira ativada, exercida e nutrida pela força vital. Existem, porém, gradações, e elas dão uma indicação clara do processo evolutivo.
Eva Pierrakos. Entrega ao Deus interior. O Pathwork no nível da alma. São Paulo: Cultrix, 1997, Capítulo 8.
Palestras: 135, 148, 149