Enquanto a ligação entre realidade interior, condições interiores, panorama interior, e experiência exterior é tão tênue como no presente com a maioria dos seres humanos, a natureza da vida e as relações entre a vida e o eu são totalmente distorcidas.

A caixa em que a mente se encontra torna-se dolorosamente estreita e limitada. Nenhuma percepção é digna de confiança, porque a principal percepção da vida e do eu estão fora dos eixos.

A ilusão muito difundida é a de que a vida exterior nos impõe experiências. No entanto, o espaço interior é uma vasta realidade, um mundo real. É, de fato, o universo real, enquanto o espaço exterior não passa de um reflexo. É por isso que ele não pode nunca ser totalmente compreendido e absorvido pela experiência, quando é vista do exterior. É por isso que é tão frustrante, e às vezes tão assustadora.

A etapa mais afastada da realidade, em termos gerais, é quando todos os acontecimentos parecem estar totalmente dissociados de nós mesmos. Mas na curva do crescimento ocorre uma progressão e começamos a distinguir os acontecimentos que criamos, talvez não consciente e deliberadamente, mas mesmo assim sabemos que provocamos os resultados que agora vivenciamos. No entanto, ainda não conseguimos ver isso, quando se trata de acontecimentos “exteriores” que parecem nada ter a ver conosco.

Quando acontecimentos dessa natureza afetam nosso estado de felicidade e paz, ainda estamos muito afastados do nosso centro. O acontecimento exterior, nesse caso, fica distante e apenas simbolicamente reflete o nosso estado interior ou aspectos do eu interior com os quais deveríamos lidar, mas nos quais até agora nos recusamos a prestar atenção. É um estado doloroso.

Vagarosamente o falso foco vai desaparecendo e a visão da vida passa a ter uma perspectiva mais clara. Quando a verdade interior reina, a percepção da verdade exterior aumenta. Conforme o entendimento do eu aumenta, também aumenta o entendimento do mundo.

Quando aprendemos a recriar aquilo em nós que é imperfeito, falho, aprendemos a recriar nossa vida exterior. A associação das atitudes interiores com os eventos externos exige coragem, humildade e honestidade. Exige a integridade suprema da responsabilidade por si mesmo e nos traz alívio, segurança, nova energia e muita força criativa.