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Veja: Dualidade, Medo da morte, Ritmo
É a resistência profunda ao crescimento, além dos meandros psicológicos da neurose.
Essa oposição fundamental é ainda encontrada, mesmo depois das neuroses terem sido transcendidas e dissolvidas. Ela explica o porquê do nosso medo do crescimento, enquanto percebemos a vida em termos dualistas.
O que tememos é o fato de, ao atingir um objetivo, estarmos provocando sua destruição. Nós nos iludimos a nós mesmos, opondo-nos ao tempo, "adiando" a realização e, dessa forma, o seu temido oposto. O status quo, a estagnação, cria agitação ou movimento no sentido distorcido da palavra.
O medo do crescimento é a não aceitação, no plano dualista, de um crescimento que alcança primeiro um pico e depois decai, como todas as coisas viventes nesse plano que se movem num círculo perpétuo de vida e morte, construção e destruição, de ser e vir-a-ser.
Uma vez que a consciência humana está atrelada à dualidade e não pode transcendê-la, o processo de crescimento é muito problemático, já que o crescimento nesse plano desloca-se automaticamente em direção ao seu oposto.
Desde o momento em que nascemos, movemo-nos em direção à morte. A partir do instante em que nos expandimos e crescemos ao encontro da plenitude, começamos a curva descendente da destruição. Do instante mesmo em que lutamos por qualquer tipo de felicidade, temos que temer o seu oposto.
Em ritmo sempre variável, o movimento de crescimento cíclico, eterno, deve inevitavelmente aproximar-se do seu contrário. Ele vai da vida para a morte e retorna; da construção para a destruição e, daí, de volta à construção.
Palestra: 144