É o processo no qual o homem se esquece de que é ele mesmo que, quando está consciente, não é escravo, e sim senhor da mente, pois, nesse caso, ela deixa de ser inconsciente.

O homem teme até a si mesmo, a sua mente inconsciente – como se ela contivesse um monstro sobre o qual não tem controle algum, separado de seus processos volitivos. O sentimento de impotência, muito comum no homem, ocorre porque ele está separado de sua mente inconsciente por uma parede, tão espessa quanto seu medo e resistência em confrontar a si mesmo, com total veracidade, sem subterfúgios.

O inconsciente é aquilo que poderia ser consciente, se decidíssemos olhar na direção certa. É aquilo de que simplesmente não estamos cientes, porque o olhar interior está voltado para outra direção. Mas no momento em que mudamos a direção do olhar, ele se torna consciente.

No começo da jornada interior, primeiro lidamos com o consciente, depois com o inconsciente e, finalmente, com o subconsciente. A fronteira entre essas três divisões nem sempre pode ser discernida com clareza.

A separação entre a mente consciente e inconsciente é o nosso maior inimigo, pois, no momento em que essa separação for eliminada, deixaremos de ser governados por forças interiores que não conhecemos e que, portanto, tememos.

No entanto, o que o homem mais teme, aquilo a que mais resiste, é eliminar essa parede divisória. A relação entre a mente consciente e a parte destrutiva do inconsciente pode ser estabelecida inicialmente mediante a aceitação de que existem percepções, atitudes e sentimentos que, muitas vezes, se opõem frontalmente entre si.

Quando os aspectos de destruição, obstrução e prejuízo do inconsciente se revelam, as atitudes e convicções mais verdadeiras e construtivas da mente consciente podem influenciar e, gradualmente, eliminar os obstáculos na alma. Assim, os dois aspectos de crescimento e integração pressupõem a dinâmica de atividade e passividade, de fazer e esperar, de iniciar e receber. Em um caso, o ego consciente é mais sábio e construtivo que o inconsciente oculto. No outro caso, o inconsciente oculto é muito mais sábio e construtivo do que a mente consciente.