São atitudes que constituem obstáculos pessoais e que, indiretamente, prejudicam aqueles com quem nos relacionamos. Além dessas atitudes, o medo também é um defeito, pois causa um grande dano na própria vida e na dos que nos cercam. Ao reconhecer qualquer defeito é importante perceber nossa reação interna diante dessa descoberta. A elaboração de inventário de qualidades e defeitos pode ser útil nesse sentido.

Os três principais defeitos humanos são: orgulho, obstinação e medo. Eles estão interligados. A sua compreensão deve evoluir até a purificação das nossas motivações. É muito importante aceitar da maneira correta os próprios defeitos e os defeitos alheios, isto é, sem se afundar no desespero e/ou na crítica. Só podemos mudar a nós mesmos, mas podemos influenciar outra pessoa desde que ela, por sua vez, decida mudar a si mesma. Tal influência somente pode ser produtiva, se dermos o exemplo. Enquanto os defeitos de outra pessoa provocam qualquer tipo de desarmonia em nós, isso significa que no fundo não gostamos delas como são; queremos transformá-las em seres diferentes e nos ressentimos ainda mais quando não conseguimos. Essa reação interna significa a violação de uma lei espiritual.

As verdadeiras tolerância e aceitação estão presentes nas pessoas que enxergam claramente os defeitos dos outros, porque não têm medo de amá-los e respeitá-los menos por causa disso. Os defeitos não são abolidos por nossa vontade externa, mas sim quando as imagens que carregamos desde a mais tenra infância são identificadas, reconhecidas e abandonadas. Existem imagens sempre que certos defeitos não podem ser superados, não importa o quanto se queira ou o quanto se saiba que são errôneos e indesejáveis, pois afinal eles funcionam como uma defesa. Além disso, os defeitos que combatemos muitas vezes estão arraigados em nós há muitas encarnações. Não podemos, portanto, esperar nos livrarmos deles em poucos anos.

No entanto, se formos capazes de encarar essas fraquezas; se as enfrentarmos de olhos abertos e com atitude saudável, e aprendermos enquanto ainda tropeçamos nelas; se tivermos a humildade de olhar para nós, mesmo sabendo qual nosso verdadeiro lugar – nem muito baixo nem muito alto – mesmo que continuemos sendo imperfeitos sob um ou outro aspecto, estaremos assentando os alicerces de uma configuração interior necessária, muito saudável e normal.

Vários aspectos em relação aos defeitos ou falhas são trabalhados nas palestras: apego aos defeitos (031); atenção aos defeitos dos outros (077q); enfrentamento dos defeitos (027); autoconfrontação (007).