É uma repetição, em tamanho menor, do universo como um todo.

Tanto o indivíduo quanto o universo existem por causa de certa distribuição de várias energias cósmicas. A maneira pela qual as energias interagem e são arrumadas determina a existência harmoniosa ou desarmoniosa do ser criado, seja ele homem, universo, planta ou folha.

Na sua criação e estado ideais, as energias e forças trabalham juntas perfeitamente, completando-se, em vez de se prejudicarem umas às outras. Assim, o ser criado emana uma corrente cósmica unificada.

A consciência por trás do corpo é o agente transportador, cuja tarefa é levar a realidade interior a um vazio. Nesse estado fronteiriço, muitas vezes esquecemos que a realidade interior é o mundo real, ou até que existe tal mundo amplo, vasto.

O ser, como personalidade, fica na fronteira entre esse “espaço” interior, infinito, ilimitado, vasto, amplo, de criação, no qual existem todos os estados concebíveis de consciência, expressão e situação, e o vazio exterior que precisa ser “preenchido” de consciência e luz, de amor e vida.

Esse preenchimento exige um trabalho em vários níveis, um deles é a aprendizagem da linguagem do inconsciente. Por meio dessa linguagem chegaremos a identificar a corrente-sim e a corrente-não que nos atravessa, os aspectos menos nobres do Eu Inferior, as nossas culpas não reparadas.

A atitude correta para fazer face às descobertas é afastar a autocondenação e nos empenharmos no conhecimento de quais padrões nos conduzem e como funcionam. Quando esse trabalho não é feito, há um efeito corrosivo em nossa personalidade. Ela precisa mudar para haver real crescimento e felicidade.

A única solução para alcançar a harmonia é a consciência cada vez mais completa da realidade, do crescimento, da mudança em todos os níveis do ser e não apenas em alguns deles. Se um deles se desenvolve muito mais que outro, cria uma desarmonia, torna-se um aspecto rígido porque uma parte da personalidade total fica fora desse processo.

O desequilíbrio pode criar, por exemplo, a depreciação ou a supervalorização da nossa personalidade, evidenciando o grau de afastamento do nosso Eu Real. Se esse afastamento for demasiado, a personalidade vai mergulhar em crises para dar um fim ao inchaço da autoperpetuação negativa e conquistar a honestidade consigo mesma, sua integridade.

Uma das ferramentas para essa conquista é a meditação que trabalha os três níveis da personalidade: o nível do ego consciente, o nível da criança egotista, o nível do eu universal superconsciente. A cegueira com relação aos aspectos da personalidade bloqueia nossa compreensão de que somos Deus e que Deus, além de princípio, é personalidade.

Vários aspectos da personalidade são tratados nas palestras: personalidade como reprodução do universo (124); mudança na personalidade (095); Deus como personalidade (020); níveis da personalidade (182).