São necessidades saudáveis e legítimas que passamos a acreditar que não podem ser satisfeitas. A partir dessa crença, passamos a ignorá-las, tais como: a necessidade de ser amado, de calor humano, do sexo oposto.

Quando uma necessidade real é reprimida e substituída por uma necessidade falsa o trabalho de abandono da falsa necessidade passa pelo reconhecimento de que a própria pessoa continuou negando o que tanto desejava através da imagem e todos os seus subprodutos.

Esse reconhecimento diminui seu impulso compulsivo equivocado, promove o movimento de retorno ao equilíbrio porque a meta interior será voltada para aquilo que foi deixado de lado por tanto tempo. A pessoa verá de que forma sabotou a satisfação da necessidade real, ao perseguir uma necessidade falsa e, portanto, começará a mudar a esse respeito. Isso é renúncia, na acepção verdadeira.

A pessoa chega até esse ponto através de insight, do pleno entendimento de todos os fatores envolvidos, da sensação de que já não precisa manter falsas necessidades e defesas destrutivas.

Essa decisão não é apenas um ato de vontade ou obediência à autoridade. É um entendimento profundo das emoções envolvidas e do processo que as articula. As necessidades reprimidas estão sempre acompanhadas de emoções positivas e negativas também reprimidas. É preciso não só identificar e reconhecer a legitimidade das necessidades que reprimimos, mas também perceber que nossa defesa é desnecessária quando alcançamos a consciência da ilusão do nosso temor se nos apartamos dela.

Os movimentos da alma nessa direção trarão descontração interna, eliminando sintomas desnecessários ao nosso crescimento pessoal. Para discriminar entre necessidades reais e falsas precisamos observar as emoções em relação às nossas reivindicações interiores, não enunciadas, o padrão de comportamento que daí resulta, as reações que causamos nos outros e, avaliarmos, a partir do nosso modo de ação e reação,quais necessidades permanecem insatisfeitas e quais foram satisfeitas.